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A “profetiza” Greta, a afetação de boas intenções e o monopólio da virtude
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A presença da menina sueca Greta Thunberg na ONU para “falar” sobre o clima, numa performance emocionante para alguns, constrangedora para outros, foi como um furacão: impossível de ignorar. Dividiu o mundo entre os que ficaram derretidos por tanto “altruísmo”, e os que ficaram revoltados pelo uso exploratório de uma garota de 16 anos, visivelmente problemática, para uma causa política.

Afetar boas intenções e sinalizar virtudes é a coisa mais fácil do mundo na era das redes sociais. Basta repetir certos clichês, curtir alguns slogans, e jogar para a plateia, sentindo-se a alma mais bondosa que já pisou no planeta. Não precisa fazer nada de fato. Não precisa regar uma samambaia, plantar uma árvore: basta compartilhar o vídeo da menina sueca e pronto, você é uma pessoa melhor, engajada, preocupada com o meio ambiente. É patético.

Mas, infelizmente, essa “lacração” seduz e pega até gente que deveria se portar de forma diferente, mais séria. Uso como exemplo para ilustrar isso o caso de Joel Pinheiro, filho de Eduardo Giannetti da Fonseca. Joel, que se diz liberal, cada vez mais age como “progressista”, ou seja, alguém que sucumbiu a essa ditadura do politicamente correto. Eis o que ele escreveu sobre a garota:

Reparem que ele começa com a escusa de que não é um fã de Greta. Isso prepara o terreno para a babação de ovo que vem em seguida. Ele fez seu alerta: nem é um fã, mas… age como um fã. E ainda a chama de “profeta” (sic). Uma fedelha de 16 anos, que repete clichês de forma mais estereotipada ainda, digna de desempenho artístico em Hollywood, virou uma profetiza!

No mais, claro que sua intenção é influenciar leis, ou seja, sua retórica serve para impactar legisladores, e é só por isso que gera reações fortes, e merece ser rebatida.

Eu comentei, então, que o esquerdismo do Joel era incurável, no que ele retrucou: “Sim, querer impedir uma catástrofe ambiental é coisa de comunista”. E aqui é que mora o perigo. Isso é puro monopólio dos fins nobres.. Então os meios pregados de forma histérica pela menina fantoche vão impedir uma “catástrofe ambiental”, por acaso? Sério?! Ou o que vale é afetar boas intenções apenas?

Greta é a favor da energia nuclear, por acaso? Pois é a mais limpa que temos, depois da hidrelétrica. Parar de comer carne é algo que vai, de fato, impedir uma “catástrofe ambiental”? A mocinha sequer denuncia a China, o país que mais polui o planeta. Mais fácil atacar os Estados Unidos e o capitalismo, não?

Greta encanta apenas quem não quer debater seriamente sobre meio ambiente. Greta seduz quem quer “lacrar”, quem quer posar de bonzinho, de moderninho, de descolado, de cidadão consciente. Ela é símbolo somente para quem vive no mundo da estética, sem se importar com resultados práticos, concretos.

Que adultos supostamente sérios, e que ainda por cima se dizem liberais, caiam nessa ladainha boboca é realmente um espanto!

Rodrigo Constantino

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