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Psicólogos sakamotianos: o gozo da inveja e o rancor dos pseudo-intelectuais
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Li um post do professor Francisco Razzo que merece ser publicado aqui na íntegra, pois retrata com perfeição a mentalidade de uma boa ala da esquerda caviar “intelectual”:

Acabei de ler esta frase em um post do Café Filosófico — que nunca tem café e muito filósofo: “a graça de viver no condomínio é a ideia de que quem está por fora quer entrar. É o gozo adicional da inveja.” Nem me dei ao trabalho de quem é a pérola. Há fortes indícios de ser mais uma análise de um desses “psicólogos sakamotianos” tomados pelo espírito de justiça social tentando realizar uma anatomia da alma dos opressores. De qualquer modo, as pessoas vivem em condomínio não de “graça”. Elas pagam caro para se sentirem um pouco mais seguras não em relação a “quem simplesmente está por fora e quer entrar”, mas em relação à incapacidade do estado em cumprir com uma de suas funções mais básicas: garantir segurança pública. As pessoas vão para condomínios pois sabem, com dados comprovados na própria experiência, que o estado não cumpre a função de garantir segurança mínima nos bairros. As pessoas vão para os condomínios por temor de bandidos invadirem suas casas, estuprarem suas filhas, roubarem seus pertences e ainda serem consideradas a grande causa da violência enquanto os bandidos as vítimas.

Quando minha mulher decidiu estudar aqui nos Estados Unidos, em parte pelo cansaço da violência carioca, alguns de seus pares da psicanálise certamente pensaram que ela estava em busca da “falsa” segurança de quem foge do “real”. Antiamericanos até a medula, esses psicanalistas seguidores de Zizek e companhia acham que quem busca o estilo de vida americano está atrás de uma sensação de segurança que inexiste na prática. Uma eterna fuga do Outro que habita em você mesmo, e blá-blá-blá do tipo.

A “falsa” segurança que encontramos em Weston pode ser comprovada pelas estatísticas: uma das menores taxas de homicídio dos Estados Unidos, que já têm uma bem menor do que o Brasil. Nossos carros “dormem” na rua, e a casa não tem muro. Às vezes fica destrancada, sem problemas. Saímos para jantar e voltamos por volta das 23h tranquilos, parando nos sinais sem nenhum sobressalto, com vidros abertos, conversando sem preocupações. Falsa segurança?

Quem procura um condomínio para morar no Brasil não quer gozo algum da inveja dos outros, o que, aliás, deve ser projeção desses “psis” invejosos. Quer o básico que o estado não oferece, apesar dos abusivos impostos que arrecada. Quer dormir com a cabeça tranquila no travesseiro, sem o medo de um bandido invadir a casa no meio da noite. A casa é nosso castelo, e o castelo precisa estar seguro dos potenciais invasores. Que tipo de inversão de valores faz alguém achar que essa demanda é fruto do gozo da inveja alheia? É muita vontade de incutir culpa nas elites, por uma espécie de ódio visceral, talvez a si mesmo.

Esses psicanalistas parecem filósofos frustrados ou escritores ressentidos, e no fundo fazem de tudo para atacar os mais bem-sucedidos. A “burguesia” produtiva e sem tanta cultura precisa ser condenada, custe o que custar. Os “psicólogos sociais” vão, num malabarismo incrível, transformar o morador do condomínio no culpado pelas “diferenças sociais”. Vivendo numa redoma, essas pessoas se blindam contra o “real” e não querem se deparar com o Outro.

Sim, não querem se deparar com o “outro” marginal, armado e demandando seu relógio. Não querem encontrar o “outro” mascarado e prestes a estuprar sua filha. Não querem, enfim, encontrar uma bala “real”. É só fuga. Felizmente esses psicanalistas, analisados por anos a fio, não fazem nada disso, pois já se depararam com o lado mais negro e sombrio de seu “eu” e não precisam mais de fugas do “real”. Escrevem essas baboseiras entre uma viagem a Paris e outra a Madri, e longe das favelas, pois ninguém é de ferro. E tem gente que os leva a sério!

Mas o que é o gozo da inveja alheia frente ao rancor dos pseudo-intelectuais?

PS: O autor da frase no Café Filosófico é Christian Dunker, que já foi devidamente refutado aqui e aqui.

Rodrigo Constantino

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