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Quase metade dos brasileiros sem saneamento básico (e a esquerda focada na ideologia de gênero)
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Mesmo liberais podem admitir que o saneamento básico está entre as funções básicas do governo. Não é necessário que seja função estatal, que fique claro. A iniciativa privada pode oferecer tal serviço, como acontece em vários países, inclusive em algumas cidades brasileiras. É errado afirmar que sem o governo cuidando disso os pobres não teriam acesso ao saneamento: eles já não têm acesso com o governo cuidando disso! É o que fica claro nessa reportagem:

Quase metade da população brasileira ainda não tem acesso a coleta de esgoto e pelo menos 35 milhões não são abastecidos com água potável. Os dados, divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Trata Brasil, mostram um cenário estagnado no setor de saneamento básico que sofreu, nos últimos anos, uma redução de R$ 1,75 bilhão nos investimentos feitos pelo governo federal.

O estudo foi feito com base em dados de 2016 do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento. Os números apontam que o compromisso assinado pelo Brasil em 2015 junto à Organização das Nações Unidas (ONU) para garantir acesso universal a água tratada até 2030 ficou ainda mais distante. Segundo a pesquisa, dentre os indicadores, o de tratamento de esgoto é o que está mais longe da universalização e, hoje, é o principal gargalo a ser superado pelo poder público.

As alterações foram pouco significativas em indicadores como população total com água tratada e coleta de esgoto. Em 2011, 82,4% da população tinha acesso a água potável. Em cinco anos, esse número cresceu apenas 0,9%.

A melhora na coleta de esgoto foi um pouco maior, mas ainda longe do necessário: em 2011, 48,1% da população tinha direito a alguma forma de tratamento dos rejeitos, número que em 2016 subiu para 51,9%. Segundo o Trata Brasil, 5,2 trilhões de litros de esgoto deixam de ser tratados por ano.

Já os investimentos no setor, entre 2015 e 2016, diminuíram de R$ 13,26 bilhões para R$ 11,51 bilhões.

Em meu livro Privatize Já, mostrei casos de sucesso da iniciativa privada cuidando do saneamento básico, como em Niterói. Mas a esquerda estatizante quer monopolizar os fins nobres e repete que só o estado pode levar o tratamento de água e esgoto aos pobres, ignorando que esse era o mesmo discurso com telefonia e tantos outros serviços, que chegaram aos pobres quando privatizados, e ignorando também que, sob o monopólio estatal, os pobres não recebem o serviço, como fica claro acima.

Mas, como disse, mesmo um liberal pode aceitar que algo básico como tratamento de esgoto seja função estatal, junto com Justiça e segurança, talvez educação e saúde, de preferência por meio de voucher, sem administração direta dos burocratas e políticos. O sujeito não está automaticamente excluído do grupo liberal por defender o estado se metendo nisso, desde que não apele para a falácia do monopólio da virtude, como faz a esquerda.

O meu intuito aqui, porém, é outro. É mostrar aquilo que venho falando há tempos: o abismo que se abriu entre a elite esquerdista e o povo que ela diz representar. Num país com mais de 60 mil assassinatos por ano, com doenças epidêmicas típicas de país de terceiro mundo, com hospitais públicos caquéticos, com transporte inviável, com doutrinação ideológica no lugar de educação, com mais de 13 milhões de desempregados, e com quase metade da população sem saneamento básico, eis que os esquerdistas, aprisionados em sua bolha “progressista”, acham que as pautas prioritárias são ideologia de gênero, legalização das drogas, aborto e casamento gay.

É muita alienação! É confundir o Projaquistão com o Brasil, o Leblon com a Baixada Fluminense. O povo quer o básico! O povo quer segurança, saneamento, melhores transportes, educação decente para seus filhos e trabalho. O povo não quer saber de colocar homem trans no banheiro feminino com meninas de 12 anos, ou de falar “amigx” em vez de “amigo”. Isso não é pauta do interesse da dona Maria ou do seu José. E quanto mais a esquerda caviar bate nessas teclas distantes da realidade do povão, mais Bolsonaro sobe nas pesquisas. É o resultado por acharem que Greg é um intelectual que deve ser levado a sério…

Rodrigo Constantino

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