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O jornal GLOBO colocou em grande destaque: A vez do mensalão tucano

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Não tenho nenhuma procuração para defender o PSDB, nem gostaria. Quem me acompanha há tempo sabe que não nutro muito simpatia pelo partido social-democrata. Além disso, defendo o império das leis isonômicas, ou seja, igualmente válidas para todos.

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Mas não posso deixar de apontar o erro crasso da chamada, que só serve para corroborar com a peça fictícia de propaganda montada pelos mensaleiros do PT. Que mensalão mineiro foi esse?

Não falo da gritante diferença quantitativa, em que um caso tem a denúncia de desvio de R$ 3,5 milhões (ou quase R$ 10 milhões para valores corrigidos) e o outro tem mais de R$ 100 milhões de desvio de recursos públicos. Fosse “apenas” esta diferença, seria uma diferença de grau.

Entretanto, estamos falando de uma diferença bem mais relevante, de essência. O ‘mensalão’ mineiro, se comprovado, constitui um caso típico de caixa dois para campanha eleitoral. Ou seja, aquilo que o ex-presidente Lula afirmou ser corriqueiro em nossa política, na tentativa de limitar o mensalão petista a tal prática “tradicional” em nosso país.

Ainda assim condenável. Ainda assim punível. Como disse o próprio senador Aécio Neves: “Se houve problemas, algum delito, ele [Eduardo Azeredo] tem que ser punido, mas foi um momento da campanha eleitoral”. Também defendo a punição se o desvio for comprovado, naturalmente. Mas não acho correto chamar tudo de mensalão.

Como Aécio mesmo diz, “Essa questão está a tantos anos-luz da questão do mensalão…” O que o PT fez, não custa lembrar, foi um esquema de compra de votos dos parlamentares no Congresso Nacional. Isso é um golpe a nossa democracia, não um “simples” caso de desvio de dinheiro público.

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O fato de Marcos Valério ser o elo comum aos dois episódios ajudou a confundir a opinião pública. Os petistas chegaram a alegar que aprenderam com os tucanos, os criadores do esquema. Pode ser que sim, no caso específico da origem dos recursos e a forma de levá-los ao destinatário final.

Só que a enorme diferença está justamente nesse uso dado ao dinheiro. Os tucanos, aparentemente, usaram para pagar a campanha eleitoral. Os petistas, para comprar deputados com pagamentos regulares, ou seja, mesadas, ou seja, mensalão.

Chamar desvio de recursos para caixa dois de campanha de mensalão é ignorar o conceito do mensalão e serve, como já disse, apenas para confundir o leitor. É tudo que Zé Dirceu e Lula mais querem!

Rodrigo Constantino