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Quem precisa do Congresso, não é mesmo?
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Fonte: GLOBO

O discurso do presidente Obama pegou mal. Ao menos para aqueles que defendem coisas ultrapassadas como democracia representativa e negociação parlamentar. O presidente, adorado pela esquerda caviar, disse que está disposto a tomar mais medidas diretas que passariam por cima da necessidade de acordos no Congresso. Onde foi que já vi isso antes?

Sim, nosso regime militar tinha os “decretos-lei”, e na fase democrática, as tais “medidas provisórias” foram usadas (e abusadas) por nossos presidentes. No governo Lula, resolveu-se a questão com o mensalão, a tentativa de comprar o Congresso logo de uma vez.

Negociar dá muito trabalho. Contemporizar com diferentes grupos de interesse é muito chato. Por que não pular essa etapa desgastante e arrastada e ir logo para o despotismo esclarecido?

Respondo: porque 99,9% das vezes não teremos um déspota esclarecido, e sim um sujeito arrogante que se enxerga como um “ungido”. Soa familiar? Se temos no Brasil o Lula, os americanos têm Obama, que desde o começo se mostrou esse tipo autoritário, imbuído de sua “missão divina” e disposto a tudo para “salvar o mundo” – inclusive atropelar os valores republicanos. Mas lá há reação:

Os senadores Rand Paul, do estado do Kentucky, e Mike Lee, do Utah, políticos de destaque do movimento conservador de oposição Tea Party, protagonizaram diferentes repostas ao discurso de Obama. Paul, que entrou para o Senado em 2011 e é com frequência cotado como possível candidato presidencial para 2016, recorreu à base conservadora do Partido Republicano. “O crescimento econômico virá quando baixarmos os impostos para todos”, disse Paul. “O gasto governamental não funciona”, completou.

As iniciativas do Tea Party, segundo Lee, que vão de reformas na seguridade social e na justiça criminal à concessão de subsídios corporativos, “vão colocar os americanos de volta ao trabalho, não só ao reduzir o tamanho do governo, mas ao consertar um governo quebrado”.

Obama, além de se achar o messias ungido e, por isso, desejar ignorar o Congresso, carrega em si o ranço do marxismo de sua juventude. Tem o mapa de voo equivocado. Acha que o estado é a grande locomotiva do progresso, que basta decretar aumento de salário para estimular a economia, e que sua caneta mágica pode trazer a sonhada “justiça social”.

Claro que o resultado é oposto a isso. Mas assim é a esquerda: muita promessa, muita retórica, muita utopia, e péssimos resultados concretos. Com todos os defeitos, ainda prefiro o Congresso, que ao menos serve para impedir o avanço ainda maior do poder Executivo sobre os cidadãos, sonho de todo autoritário.

Quem precisa do Congresso? Simples: a República!

Rodrigo Constantino

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