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O atentado terrorista em Paris foi, segundo o filósofo Luiz Felipe Pondé, um wake up call para o Ocidente, um duro golpe que pode despertar a Europa de sua sonolência. Após anos de multiculturalismo, os europeus não podem mais ignorar que há um confronto de civilizações ocorrendo dentro de seu quintal. A barbárie não pode mais ser vista como “apenas diferente”, e não é possível tolerar os intolerantes que desejam apenas nossa destruição.

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Alguns tentam culpar o próprio Ocidente pelo terrorismo, como se o Estado Islâmico fosse uma reação legítima ao colonialismo. Balela. Trata-se de um fanatismo ideológico e religioso que pode até se alimentar e crescer da alienação no próprio Ocidente, mas não nasce dele e não é possível combatê-lo com “programas sociais” ou algo do tipo. A França já era um dos países mais tolerantes com o Islã.

Pondé toca no nervo da questão quando pergunta como podemos enfrentar aqueles que amam, em vez de dietas balanceadas ou “bikes”, a própria morte. Muitos ocidentais, vivendo numa bolha, acharam que o mundo real se limitava às bandeiras ecológicas, ou passaram a crer que os grandes empecilhos à liberdade eram as proibições ao aborto e às drogas. Os fundamentalistas islâmicos vieram chamá-los à realidade.

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O risco, claro, é a reação colocar em xeque os próprios valores liberais do Ocidente. A xenofobia da extrema-direita, que deseja fechar as fronteiras, é um claro exemplo. A condenação a priori de todos os muçulmanos também pode fomentar um preconceito injusto que acaba alimentando o ressentimento de potenciais fanáticos.

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Rodrigo Constantino