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O editorial da Folha hoje ataca a gestão petista nas empresas estatais, o que parece bom, mas desliza totalmente em sua conclusão final. Para o jornal, é preciso levar práticas modernas de gestão para essas empresas, e eis a lição óbvia que a desgraça sob o lulopetismo deixa:

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Interrompida a marcha de insensatez que caracterizou a gestão das empresas estatais nos últimos anos, parece iniciar-se uma restauração. Será um longo caminho, em vista do colosso de prejuízos nas duas principais empresas, Petrobras e Eletrobras.

A Petrobras é a mais vistosa, não só pela rapinagem trazida à luz pela Operação Lava Jato, mas pela deterioração dos processos decisórios, que passaram a responder apenas a ditames políticos, não a orçamentos e custos.

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Em conjunto, as decisões erradas e os danos decorrentes de corrupção já levaram a petroleira a reconhecer prejuízos próximos de R$ 100 bilhões.

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Da mesma forma, a Eletrobras padeceu sob o ímpeto intervencionista de Dilma Rousseff (PT), que desarticulou todo o setor elétrico. Foi forçada a investimentos perdulários e a reduções insustentáveis de tarifas. Suas subsidiárias operacionais, onde se concentra o dinheiro, sempre foram alvo da cobiça de políticos em grau de cupidez ainda por estabelecer.

O resultado foi um prejuízo de R$ 30 bilhões nos últimos quatro anos.

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A lição, óbvia, mas infelizmente ainda longe de ser absorvida por setores à esquerda, é que a gestão das estatais e das empresas de economia mista (como a Petrobras) não pode ficar sujeita a desmandos do governo de plantão. Tal como no setor privado, devem cumprir sua função social por meio de gestão profissional e pautada por critérios de rentabilidade e eficiência.

Claro, é possível melhorar e muito a gestão dessas empresas mesmo elas sendo estatais. Claro, fazer o estrago que o PT fez não é algo trivial, e exige muito esforço, muita incompetência, muita corrupção e ideologia. Mas…

O jornal erra feio em sua conclusão final. A lição óbvia que fica não é a de que a gestão deve ser profissional, e sim como é arriscado manter empresas estatais, que sempre contarão com um mecanismo de incentivos menos adequado.

Eis o ponto que o jornal paulista ignora: cobrar uma gestão pautada por critérios de rentabilidade e eficiência não é nada simples quando se trata de empresas estatais, pois faltam quesitos que só existem em empresas privadas, como o escrutínio dos sócios, dos donos do capital, e a maior agilidade em premiar o mérito e punir a incompetência.

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Mesmo uma empresa estatal bem gerida terá desvantagens em relação às empresas privadas, sofrerão maior risco de pressão política em vez de adotar critérios apenas econômicos em suas decisões. A grande lição que a era petista deixa, portanto, é a de que devemos não ressuscitar, mas sim enterrar de vez essas estatais, privatizá-las. Privatize já!

Rodrigo Constantino