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Por Ricardo Bordin, publicado pelo Instituto Liberal

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Renata Vasconcelos e William Bonner insistiram com Bolsonaro diante de seu ceticismo quanto a suposta desigualdade remuneratória de gênero:

“Então quer dizer que, como Presidente da República, o senhor não faria nada para resolver esse problema, é isso?”

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Não sei se os jornalistas tem noção da gravidade do que propõem. Se sim, sua veia autoritária já pulsa além do disfarçável. Se não, sua vontade de agradar a turba comunista nacional é tanta e tamanha que os impede de visualizar a seriedade das consequências de sua sanha igualitarista.

Senão vejamos:

– Bolsonaro, a respeito do tema, expôs o óbvio: nossas leis já proíbem discriminação na folha de pagamento em razão de sexo. Em caso de descumprimento, basta acionar o Judiciário (para casos individuais) ou o Ministério Público (para casos coletivos);

– Os repórteres, então, alegam que, na prática, tal proibição não vem surtindo o efeito desejado, já que, conforme dados do IBGE, mulheres recebem 25% a menos do que os homens no Brasil;

– O candidato, a seu turno, invoca um exemplo prático bastante elucidativo: deveria o Estado usar seu poder coercitivo para corrigir a disparidade salarial da bancada do Jornal Nacional (o quádruplo em favor do homem, segundo estima-se)?

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– Renata, neste momento, já visivelmente afetada e subindo nas tamancas, dispara que, muito embora não fosse da conta de ninguém, “jamais aceitaria ganhar menos do que um colega do sexo oposto QUE DESEMPENHASSE AS MESMAS ATIVIDADES”. Leia-se: Bonner não é um mero apresentador, mas sim o editor-chefe do noticiário;

– Ora, a moça, involuntariamente, matou a charada: o patamar remuneratório de homens e mulheres só revela desnivelamento quando comparamos funções de diferentes hierarquias ou responsabilidades;

– Diante de tais fatos, que tipo de conduta do poder público a Globo sugere que seja adotada para corrigir essa distorção? COTAS para empregadas do sexo feminino em funções de chefia ou gerenciamento, quem sabe?

As empresas, então, seriam obrigadas por burocratas a compor seus quadro diretivos não mais conforme o mérito de seus profissionais, mas sim visando enquadrar-se em normas?

A administração central do país criaria uma secretaria voltada especialmente para assegurar que tais regramentos fossem seguidos à risca pelos setores de recursos humanos das companhias?

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Veríamos “fiscais do gap salarial” empunhando blocos de multas durante inspeções a estabelecimentos, emitindo autuações para cada ocasião em que constatarem que critérios como competência, responsabilidade ou iniciativa orientaram as promoções concedidas a empregados, em vez de simplesmente alternar um homem e uma mulher em cada designação para cargos de direção (ainda que tal procedimento leve o negócio à bancarrota)?

Perceberam a dimensão da interferência estatal nos entes privados que se faria necessária para agradar a patrulha politicamente correta? Uma intromissão de tão larga escala nas decisões empresariais só foi observada na Alemanha nazista.

Duvida? Então leia este trecho do livro AS SEIS LIÇÕES, de Ludwig Von Mises:

“Na Alemanha de Hitler havia um sistema de socialismo que só diferia do sistema russo na medida em que ainda eram mantidos a terminologia e os rótulos do sistema de livre economia. Ainda existiam ’empresas privadas’, como eram denominadas. Mas o proprietário já não era um empresário; chamavam-no ‘gerente’ ou ‘chefe’ de negócios (Betriebsführer).

Todo o país foi organizado numa hierarquia de führers; havia o Führer supremo, obviamente Hitler, e em seguida uma longa sucessão de führers, em ordem decrescente, até os führers do último escalão. E, assim, o dirigente de uma empresa era o Betriebsführer. O conjunto de seus empregados, os trabalhadores da empresa, era chamado por uma palavra que, na Idade Média, designara o séquito de um senhor feudal: o Gefolgschaft.

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E toda essa gente tinha de obedecer às ordens expedidas por uma instituição que ostentava o nome assustadoramente longo de Reichsführerwirtschaftsministerium (Ministério da Economia do Império), a cuja frente estava o conhecido gorducho Goering, enfeitado de jóias e medalhas.

E era desse corpo de ministros de nome tão comprido que emanavam todas as ordens para todas as empresas: o que produzir, em que quantidade, onde comprar matérias-primas e quanto pagar por elas, a quem vender os produtos e a que preço. Os trabalhadores eram designados para determinadas fábricas recebiam salários decretados pelo governo. Todo o sistema econômico era agora regulado, em seus mínimos detalhes, pelo governo.”

Gozado: seguidamente se escuta por aí que Bolsonaro é que seria nazista. Não é o que parece…