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Xavier Broseta, da Air France, sai da reunião com as roupas rasgadas após anunciar cortes (Jacky Naegelen/Reuters) Xavier Broseta, da Air France, sai da reunião com as roupas rasgadas após anunciar cortes (Jacky Naegelen/Reuters)

A linguagem dos sindicalistas costuma ser a violência. Muitas vezes esses sindicatos são apenas a institucionalização da agressão, da intimidação de quem só sabe pilhar, nunca construir riqueza. Somado ao viés socialista, a combinação é explosiva. Thatcher conheceu bem isso, pois enfrentou com coragem e determinação as máfias sindicais inglesas, mesmo com atentados terroristas à época.

A França nunca teve um líder com a mesma postura de estadista. Ao contrário: colocaram no poder um socialista que, para chegar a apenas medíocre, teria que melhorar muito. Sob a covardia de Hollande, e imersa numa mentalidade estatizante, a França avança rumo à decadência, ainda que com elegância. Ou não mais, como mostra essa notícia:

Dois altos executivos da companhia aérea Air France precisaram sair correndo e escoltados da sede da companhia nesta segunda-feira. A empresa passa por um processo de reestruturação que prevê demitir 2.900 postos de trabalho entre 2016 e 2017. O presidente da Air France, Frederic Gagey, e o diretor de recursos humanos, Xavier Broseta, participavam de uma reunião da diretoria na sede da empresa que anunciava o plano de cortes, quando um grupo de trabalhadores invadiu o prédio e saiu ao encalço dos dois executivos.

Para escapar do local, Broseta teve que pular uma grade com o auxílio dos seguranças, e chegou a ser agredido pelos trabalhadores mais exaltados. Ele teve o paletó e a camisa rasgados. Segundo o jornal francês Le Monde, a Air France condenou as ações e vai entrar com uma queixa por “violência agravada”.

Diante da crescente concorrência no setor aéreo do país, a Air France formatou um plano de aumento de produtividade, que estava sendo discutido com os sindicatos. Na semana passada, no entanto, a companhia deu as negociações por encerradas e acusou os representantes dos pilotos de não quererem ceder – eles não aceitavam fazer mais horas de voo pelo mesmo salário. Por isso, lançou um plano alternativo de redução da atividade que passa, pela primera vez em sua história, por eliminação de vagas de trabalho.

São as forças do atraso lutando contra o benefício de milhões de consumidores. A lógica é a seguinte: para preservar algumas centenas de empregos, condena-se todos os milhares de empregos da empresa, que não teria como competir com as demais. Ou então a solução preferida desses sindicatos: fechar o país à concorrência, impedindo que empresas mais eficientes possam atender melhor seus clientes.

Os sindicalistas são brutamontes que, incapazes de argumentar, partem para a violência. Países mais avançados, capitalistas e liberais, conseguiram domar essas feras e reduzir sua esfera de influência, privatizando estatais e mergulhando num ambiente dinâmico de livre concorrência. Já os países com mentalidade mais coletivista e estatizante se tornaram reféns dessa praga sindical, que quer levar no grito sempre, que luta para impor um fardo ao povo em troca de privilégios indevidos.

Fosse pela ótica desses sindicalistas, o mundo ainda teria lampiões em vez de luz elétrica, carroças em vez de carros, e máquinas de escrever em vez de computadores, tudo para impedir a concorrência “predatória” que “elimina” empregos. Ou se combate o sindicalismo socialista, ou o resultado será sempre esse: a intimidação com a violência para a obtenção de privilégios. É a lógica do butim, dos saqueadores, dos bárbaros.

Aproveito para perguntar ao leitor: que bem fará aos clientes da Air France uma empresa no vermelho, com prejuízos, sem poder investir o adequado em segurança e tecnologia para ter que garantir um quadro de funcionários inchado e desnecessário? Será que esses sindicatos não se importam com a vida em perigo dos passageiros?

Rodrigo Constantino

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