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Por Bernardo Santoro, publicado pelo Instituto Liberal

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Tudo me é permitido, mas nem tudo convém, já dizia o apóstolo Paulo na Carta aos Coríntios.

Não vou entrar na discussão da legalidade ou moralidade da nomeação do Eduardo Bolsonaro para a embaixada brasileira nos EUA, pois existe até tradição republicana nesse sentido (o presidente americano John Adams, por exemplo, nomeou seu filho Quincy como embaixador na Prússia, e anos depois o próprio Quincy virou presidente, e casos assim são comuns).

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O problema é ver se isso efetivamente é algo conveniente para o Governo Bolsonaro quando a presidência já é muito criticada por uma suposta influência exacerbada da primeira família no trato da coisa pública.

Fica a sensação de que institucionalizar essa relação cria um desgaste absolutamente desnecessário para um governo que já sofre ataques incessantes da mídia, mesmo fazendo um bom trabalho.

Como ainda não creio na ideia da “campanha permanente” como meio de gestão política, esse é um movimento totalmente desnecessário. A não ser que alguém me convença que não exista nenhum outro brasileiro, diplomata de carreira ou não, apto a ocupar a posição e defender posições conservadoras junto aos EUA, é um desgaste inócuo e abre um péssimo precedente para a direita nacional.

A direita parece que acha que será governo para sempre. Não será. E amanhã, quando um tipo como Ciro Gomes for presidente, a direita não terá base política nenhuma para reclamar quando o “Coroné” indicar o irmão Cid para representar o Brasil junto à maior democracia do mundo, ou outra grande democracia qualquer, afinal, Cid é Senador, ex-governador, engenheiro civil e já morou em Washington, onde, mais do que fritar hambúrguer, já foi até consultor do BID.

A nomeação de Cid não será ilegal e nem imoral, já que tem currículo, mas certamente vai engordar alguns bolsos por aí, com chancela do comprometido movimento conservador brasileiro.