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Sobre a “escravidão” dos médicos cubanos
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Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal

“O presidente eleito, Jair Bolsonaro, reiterou hoje (16) que a decisão de impor novas exigências aos profissionais cubanos, vinculados ao Programa Mais Médicos, tem razões humanitárias, para protegê-los do que considera “trabalho escravo”…

Querer a revisão do programa e do convênio com Cuba é uma prerrogativa do governo eleito. Mas essa tese da libertação dos escravos (da “Lei Áurea” bolsonarista) não cola. É muito, mas muito furada. Oportunismo puro.

Ainda que se admita que os médicos cubanos são escravos (e há bons argumentos nesse sentido), sua escravidão não deriva do fato de estarem trabalhando aqui, nem tampouco começou com a vinda deles para cá. Eles já eram escravos antes e continuarão escravos depois que forem embora.

Aqui, pelo menos, eles têm uma vida razoavelmente digna, recebendo um salário pelo trabalho – que se não é o ideal, é mais do que recebe a média dos brasileiros e 99,99% dos cubanos em Cuba. E essa pouca dignidade eles certamente perderão ao retornar para a “Ilha Cárcere”, tanto que a maioria não gostaria de retornar se pudesse trazer para cá as respectivas famílias – o que a ditadura não permitirá, independentemente do que Bolsonaro faça ou diga.

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