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Há certos casos de evolução intelectual que mantêm nossa esperança acesa. Fernando Gabeira vem à mente, como Ferreira Gullar, que mereceu o epílogo do meu Esquerda Caviar justamente para terminar o livro com um tom de otimismo. Outro caso é Roberto Freire, do PPS. Continua de esquerda, claro, mas hoje representa uma esquerda mais civilizada e democrática, e acima de tudo antipetista.

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Em seu mais recente texto, no Diário do Poder, Freire foi enfático não só na defesa do impeachment de Dilma, como na crença de que ele irá acontecer, apesar do STF e das manobras do governo. Diz ele:

Apesar das tentativas de Dilma Rousseff de criar factoides e desqualificar seus opositores para sair das cordas, estamos diante de um governo que, na prática, já não governa. Ao contrário do que desejavam os lulopetistas, o impeachment entrou definitivamente na pauta nacional e se transformou em assunto preferencial não apenas no Congresso, mas também nas rodas de conversa no cotidiano. A sociedade não reconhece na presidente da República a legitimidade necessária para continuar no comando do país, o que se reflete no apoio de mais de dois terços da população ao seu impedimento, segundo os institutos de pesquisa.

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[…]

As liminares concedidas pelos dois ministros do Supremo não estancarão a crise vivida pelo governo nem têm capacidade de barrar a tramitação do impeachment. O STF pode até criar obstáculos ou mesmo inviabilizar determinado caminho, mas não impedirá o Legislativo de exercer, na plenitude, suas prerrogativas constitucionais. O desdobramento dessas liminares pode ser, inclusive, o andamento ainda mais célere desse trâmite, pois o presidente da Câmara pode acolher o pedido de autoria de Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal, o que encerraria qualquer discussão jurídica. Neste caso, seria criada uma comissão especial encarregada de emitir um relatório, posteriormente encaminhado ao plenário da Casa para a votação sobre a abertura ou não do processo.

O impedimento presidencial tem natureza essencialmente política, embora seja permeado por elementos jurídicos, e não pode, de forma alguma, ser barrado pelo Judiciário. Conte ou não o governo com o beneplácito do STF, o impeachment de Dilma, que será fruto de uma decisão soberana do Congresso Nacional, se impõe como ponto de partida para que o país saia do atoleiro em que se encontra. É uma questão de tempo, pode demorar um pouco mais ou um pouco menos, mas o Brasil virará esta página e reduzirá o atual governo a uma nota de rodapé de triste memória em nossa história republicana. Ninguém, nem mesmo um juiz do Supremo, poderá impedir um desfecho legítimo, democrático e constitucional para o desastre político que infelicita os brasileiros.

Diante de tais palavras, só me resta dizer uma coisa: Amém!

Rodrigo Constantino

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