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A presidente Dilma, disposta a “fazer o diabo” para vencer as eleições, parece só ter olhos para as urnas em 2014. Aproveitou um bom dado de inflação para sair da toca e bradar: “A inflação está totalmente sob controle”. Será mesmo?

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O IPCA, que teve alta de apenas 0,03% em julho, ainda acumula uma alta de 6,27% em 12 meses (ver gráfico abaixo), bem acima da meta de 4,5% do Banco Central. A média móvel de 24 meses ainda está acima de 6%. Além disso, esse baixo índice no mês se deve a três fatores: sazonalidade favorável, queda de alimentos, e redução da tarifa de ônibus. Nada parece sustentável.

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A sazonalidade, como o nome já diz, muda. A tarifa administrada de transportes terá que subir mais cedo ou mais tarde. E os alimentos oscilam mesmo, mas é preciso lembrar que o dólar está em alta (ver gráfico abaixo). Essa alta do dólar, aliás, exercerá alguma pressão inflacionária, sem dúvida.

O agrupamento de serviços manteve o ritmo de alta do mês anterior ao elevar-se 0,64%, mantendo a taxa de variação acumulada em 12 meses no patamar de 8,5%. Como os serviços são menos manipuláveis ou voláteis,  eles apresentam uma tendência mais clara – e preocupante. Estando o país em situação de quase pleno-emprego ainda, essa pressão não deve arrefecer tão cedo.

O índice de difusão caiu bastante, de 73% para 58%. Isso mede a proporção de preços que estão em alta. Como podemos ver, ainda são mais da metade dos preços calculados que estão subindo. Não há motivo algum para alívio sustentável ou para soltar fogos de artifício.

A presidente Dilma deveria manter uma postura mais sóbria diante do quadro. A inflação brasileira não foi domada, e ainda se encontra em patamar muito elevado. A queda recente foi, ao que tudo indica, um alívio temporário, nada mais. Nenhum governo deveria dormir tranquilo com uma taxa de inflação perto de 6% ao ano!

Seu discurso de que a inflação está completamente sob controle fez com que eu até acreditasse que, de fato, Varginha costuma receber a visita de ETs…