
O leitor ficou assustado com o título? Entendo, entendo. Mas é a única conclusão lógica que consigo extrair de uma reportagem como esta do Fantástico, afirmando que 92% dos favelados se consideram felizes e que dois terços não gostariam de sair das favelas:
Nossa equipe viajou pelo país pra fazer um retrato de brasileiros movidos à felicidade.
O que há de bom em viver em uma favela? “Eu prefiro ser rico entre os pobres do que pobre entre os ricos”, diz o agente comunitário José Fernandes Junior.
E se chovesse dinheiro? “Não saio não. Vou pra onde? Um milhão eu trabalho e consigo”, diz Adriano Castro.
Por que nem a juventude quer sair? “Eu falo para os meus amigos que Paraisópolis está parecendo já Las Vegas. É sério. Você vem aqui, pode vir 3 horas da madrugada e vai ver um monte de gente na rua. Aqui não dorme”, explica o motoboy José Lopes da Silva.
Não dorme, não para e não aceita mais ser rotulada. “Ah, mora na favela aquela pessoa pobre. Não. Eu não me sinto assim”, afirma Diego da Lima Silva, de 22 anos.
Que a felicidade não depende necessariamente da conta bancária é fato, e frequentemente ignorado pela própria esquerda. Mas se é indiferente viver na favela ou fora dela, então podemos concluir que se o Brasil fosse todo uma grande favela, não haveria mudança alguma para pior.
Um tanto absurda esta conclusão, não é mesmo? Felicidade é algo subjetivo, difícil ou impossível de se medir. A pesquisa depende do mood na hora da resposta, da forma a qual a pergunta foi feita, etc.
O Butão substituiu o PIB pelo FIB, ou seja, o Produto Interno Bruto, mensurável de forma mais objetiva, pela Felicidade Interna Bruta, um tiro no escuro que aceita qualquer coisa. É fácil entender o motivo: países pobres podem ter governos fracassados que desejam fingir que tudo vai muito bem, obrigado.
A glamourização da miséria é algo típico da esquerda caviar. As “comunidades” se tornam paraísos terrestres, de longe, por causa de sua simplicidade, “autenticidade”. Mas será que viver sob o domínio de traficantes ou milicianos é mesmo tão bom assim? Será que ter ou não ter saneamento decente é algo indiferente em nossa qualidade de vida?
O que uma reportagem como essa faz é vender a ideia de resignação diante da pobreza de nosso país, repleto de favelas. A quem isso interessa? Arrisco dizer que não aos próprios favelados…
Rodrigo Constantino
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