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Venezuelanos são suspeitos de 65% dos crimes em Pacaraima: reação local é xenofobia?
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Os venezuelanos são suspeitos de cometer 65% dos crimes registrados em Pacaraima neste ano, conforme dados da Polícia Civil de Roraima.

Entre janeiro e agosto, foram registrados 1.136 boletins de ocorrência na cidade, dos quais 738 teriam sido cometidos por venezuelanos. O número é quase seis vezes maior do que em todo o ano de 2016, quando houve 128 casos. Neste ano, foram instaurados 69 inquéritos e 39 venezuelanos foram presos em flagrante ou indiciados.

Os dados informados, porém, não especificam quais os tipos de crime. Por isso, não é possível saber se há emprego de violência.

“A maioria é de crimes de roubo, furto, lesão corporal e ameaça”, publicou a delegada geral Giuliana Castro Lima, no Facebook.

“É natural: quando existe maior número de pessoas, há aumento de alguns índices de violência”, contextualiza o professor da UFRR João Carlos Jarochinski, especialista em Relações Internacionais.

Segundo o governo federal, cerca de 700 venezuelanos entram no Brasil diariamente pela fronteira Norte. Destes, 20% permanecem, disse o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sergio Etchegoyen, ao jornal Estado de S. Paulo. Os demais retornam à Venezuela após comprar suprimentos em território brasileiro.

Antes de mais nada é preciso se solidarizar com a situação dos venezuelanos. Claro que alguns escolheram isso, ao apoiar o socialismo do século XXI, votar em Chávez ou Maduro. Mas ainda assim nem todos são culpados, e por simples humanidade devemos sofrer juntos, com empatia, pela desgraça causada pelo esquerdismo no país vizinho.

Movida por puro desespero e falta de alternativa, essa gente tem invadido outros países, procurado abrigo no Peru, na Colômbia, no Brasil. Se alguém considera Pacaraima, em Roraima, um refúgio interessante, podemos ter ideia do caos a que está submetido em casa. E isso é comovente.

Dito isso, não podemos colocar os interesses dos gringos acima daquele dos próprios brasileiros. E daí o realismo dos conservadores ao tratar dessa delicada questão. Enquanto a esquerda normalmente fica apenas no primeiro estágio da empatia, seguida por romantismo idealista (temos que ajuda-los), os conservadores refletem sobre as consequências não intencionais das boas ações. O mundo está cheio delas.

Sem infraestrutura adequada, sem condições de emprego para tanta gente, e com um fluxo incontrolável de migração, claro que um dos resultados esperados seria justamente o aumento na criminalidade. É quase inevitável, ainda mais num mundo dominado pelo relativismo moral e a narrativa do vitimismo, em que quem está enfrentando dificuldades se sente no direito de “tomar” dos outros à força.

Por mais que possamos tentar compreender o quadro todo, nada justifica a negligência para com o povo local de Pacaraima, que sofre na pele pelas lindas teses humanistas e abstratas. É fácil defender ajuda quando o custo recai sobre terceiros. Complica um pouco quando é o nosso quintal que fica danificado. É essa empatia que falta à esquerda: colocar-se no lugar desses que pagam o pato sem culpa, das verdadeiras vítimas.

Acusar o povo local de Pacaraima de xenofobia, como fizeram alguns “intelectuais”, é uma tremenda injustiça, uma simplificação absurda, típica de quem vive no conforto de sua Torre de Marfim. Infelizmente, é o que muitos na esquerda têm feito, não só sobre Pacaraima, como sobre o fluxo descontrolado de muçulmanos na Europa ou os graves problemas na fronteira do México com os Estados Unidos. O tema exige mais seriedade e realismo, características que estão faltando aos esquerdistas. Ouçam o podcast que gravamos sobre o assunto:

Rodrigo Constantino

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