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WeWork, empresa de co-working, resolveu banir carne do cardápio para “salvar o planeta”
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A WeWork foi fundada em 2010 em Nova York por Adam Neumann e Miguel McKelvey, que antes eram proprietários da GreenDesk, uma empresa “eco-amigável” de co-working. Atualmente a WeWork conta com milhares de funcionários e está espalhada por várias cidades importantes. Tida como uma das empresas mais inovadoras, a WeWork declarou guerra ao consumo de carne.

Ela acredita que pode “salvar o meio ambiente mais rápido que Elon Musk”, segundo informa o site Bloomberg. Uma das unidades da empresa, localizada em Nova York, informou aos quase 6 mil membros de sua equipe que não seria mais permitido o reembolso de refeições contendo carne, e também que essas refeições não seriam mais servidas em eventos da WeWork.

“Novos estudos indicam que evitar o consumo de carne é a maior atitude que uma pessoa pode tomar para reduzir seu impacto ambiental individual. Ainda mais importante do que optar por veículos híbridos”, afirma o co-fundador da WeWork, Miguel McKelvey. A empresa estima que a eliminação da carne no cardápio pode economizar 16,6 bilhões de galões de água, 445 milhões de libras em emissão de CO2 e mais de 15 milhões de animais até 2023.

Eis a nova religião do mundo, e a que mais cresce também. O “planeta” e os animais passam a valer mais do que o homem e suas liberdades de escolha. Uma empresa cujos fundadores são ecochatos resolve se intrometer na alimentação dos seus funcionários, mas sem problemas: afinal, esse é o “fascismo do bem”, e se é por uma boa causa, então de que vale respeitar as escolhas individuais? Os “ungidos” sabem o que é melhor para todos nós, e devem impor essa “racionalidade”, pois se as pessoas forem deixadas em paz, vão demonstrar seu poder de destruição e sua estupidez.

Estou terminando o livro Sapiens, de Yuval Noah Harari, e ainda pretendo escrever uma resenha. É um livro interessante, escrito por alguém claramente inteligente, mas o que só aumenta o perigo. Afinal, não é difícil detectar esse aspecto um tanto misantropo na obra, e uma quase idealização do passado, quando “éramos” caçadores e coletores (mais coletores, segundo o autor). Nossa espécie é retratada praticamente como uma praga do planeta, e uma visão apocalíptica se faz presente, ainda que com ressalvas pelo reconhecimento de nossa capacidade inovadora.

O mundo da tecnologia moderna, das start-ups e do Vale do Silício, criou uma bolha “progressista” desconectada da realidade dos reles mortais. Nesse universo, o ambientalismo radical e o veganismo substituíram as religiões tradicionais e o apreço pela vida humana, tida antes como sagrada desde a sua concepção. O ovo da tartaruga vale mais agora do que o feto humano, e a vaquinha tem bem mais importância na hierarquia do que os seres humanos, esses “vírus” destruidores. Rejeitar esse radicalismo é cair no “especicismo” condenado por Peter Singer. Como ousa se achar mais importante do que uma paca?!

O mundo nunca esteve tão dividido entre a turma da bolha e o restante, o “povão”. Esse pessoal “descolado” e “prafrentex” não convive mais com gente comum, do tipo que frequenta culto ou igreja aos domingos, fuma cigarro normal (aquele “vapor” de água não conta), faz compras no Walmart e convida os amigos para um “barbecue” no domingo.

Para essa elite “liberal”, esses são os bárbaros alienados do passado, que precisam ser “educados” até aprender o que realmente importa na vida. Não cultuar Deus, valorizar a família tradicional ou curtir os amigos num churrasco, mas sim abraçar árvores, cultuar o gado e comer tofu orgânico num lugar limpinho, de preferência com seu “amigx” que não sabe, hoje, se é homem ou mulher, pois depende do clima do momento.

Rodrigo Constantino

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