• Carregando...
Atração de capital externo depende de volta aos trilhos liberais
| Foto:

Durante a pandemia, o Brasil viu uma grande fuga de capitais, como todos os países emergentes. O mercado financeiro chama isso de "flight to quality", pois no pânico os investidores buscam refúgio nos portos mais seguros e líquidos, como o mercado de títulos públicos americanos.

O Brasil, porém, na comparação com demais emergentes, teve uma saída maior. A jornalista Miriam Leitão atribuiu isso ao problema político no país, que seria causado pela postura do presidente, segundo ela.

https://globoplay.globo.com/v/8582715/

Miriam Leitão também afirmou que se o presidente não vetar o ponto do acordo de auxílio aos estados, que permite a eles não pagar suas dívidas aos organismos internacionais, ficará difícil o país ter novos empréstimos dessas instituições multilaterais.

Os organismos internacionais que são credores dos estados teriam dado o aviso oficial à equipe econômica. Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento e Banco de Desenvolvimento Latino-Americano contaram em uma reunião, na terça-feira, que vão cortar o crédito ao Brasil se o governo não vetar a parte do socorro a estados que permite a suspensão do pagamento da dívida bancária. Pelo texto, o Tesouro Nacional também não conseguiria cobrir esses compromissos.

Esse é um ponto conflituoso do socorro aos estados. Os governadores pediram para o presidente não vetar, e a equipe econômica sugere o contrário. Os credores agora deram oficialmente o aviso sobre as consequências dessa decisão.

Para Miriam Leitão, o Brasil está saindo do radar dos investidores. O investimento estrangeiro direto no despencou para US$ 234 milhões em abril, bem abaixo dos US$ 5,1 bi de um ano antes. Esse tipo de dinheiro é o melhor porque entra na economia real, dura mais tempo que a aplicação em bolsa. "Os investidores estão pessimistas em relação ao Brasil. É o que apuro com as empresas", diz a jornalista da Globo.

Há controvérsias! Como já disse no começo, a saída de capitais foi geral, e por mais que seja verdade que o Brasil adicionou estresse político em meio à crise da saúde, isso vai aos poucos se normalizando. Os investidores percebem que a tentativa golpista de impeachment por conta de picuinhas não vai prosperar, que a "bala de prata" de Sergio Moro se mostrou de festim, e que a governabilidade será viável por meio de acordos no Congresso.

Claro que o ótimo é inimigo do bom, e isso terá um custo, provavelmente desidratando parte da agenda de reformas. Mas como a reunião ministerial divulgada por ordem de Celso de Mello mostrou, o ministro Paulo Guedes segue firme, com o apoio do presidente, na defesa dos valores liberais. Guedes deixou claro que não dá para flertar com o desenvolvimentismo.

Na sua metáfora, o governo saiu da trilha de reformas para apagar o incêndio causado pela pandemia, mas logo deve retornar aos trilhos. E assim deve ser feito! Se o governo retomar sua agenda de reformas liberais, mesmo mitigadas por pressão do centrão, isso vai sinalizar aos investidores o compromisso com a austeridade fiscal, fundamental para a confiança externa.

O governo já prepara uma volta agressiva aos programas de concessões e privatizações. Se o STF permitir, sem produzir mais insegurança jurídica no país, os investidores saberão que o Brasil tem muito potencial para bons retornos, e o capital externo rapidamente regressará. Não é o presidente Bolsonaro o inimigo desses investimentos, e sim aqueles que tentam tocar o terror no país para colher dividendos políticos em meio a uma pandemia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]