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Rodrigo Constantino

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STF

O autoritarismo de Cármen Lúcia

Ministra Cármen Lúcia repreendeu advogado que usou processo auditável como sinônimo de voto impresso. (Foto: Gustavo Moreno/STF)

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A julgar apenas pelos jornalistas da velha imprensa, a ministra Cármen Lúcia seria vista como uma pessoa incrível, moderada, firme, defensora das liberdades e da Constituição. Essa turma, afinal, ignora que foi ela quem disse que era censura retirar documentário do Brasil Paralelo, mas "excepcionalmente" seria aceitável fazê-lo. Do "cala a boca já morreu" ao "cala a boca" e ministra levou dois segundos.

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No "julgamento" de Jair Bolsonaro e demais réus do suposto golpe, Cármen Lúcia protagonizou um momento um tanto autoritário também. A ministra rebateu o advogado do deputado Alexandre Ramagem. Em sua fala, o defensor Paulo Cintra tratou voto impresso e voto auditável como sinônimos. Ao final, a ministra o "corrigiu", segundo a imprensa:

Vossa Senhoria sabe a distinção entre processo eleitoral auditável e voto impresso, porque repetiu como se fosse sinônimo e não é, porque o processo eleitoral é amplamente auditável no Brasil, passamos por uma auditoria e para que não fique para quem assiste a ideia de que não é auditável. Uma coisa é a eleição com processo auditável, outra coisa é o voto impresso.

Numa democracia de verdade, todos os cidadãos têm direito de questionar o processo eleitoral. No Brasil isso virou coisa de 'golpista'

Intimidado e arrependido de ter tocado no tema tabu, o advogado, por sua vez, protagonizou um momento constrangedor de ter de pedir desculpas pelo que disse, e acabou elogiando a sacrossanta urna eletrônica! Coisa típica de tirania, onde ninguém tem direito a uma opinião divergente. Cármen Lúcia disse, afinal, não ser o caso de opinião, mas de "fato".

Melhor perguntar para os técnicos gringos contratados pelo PSDB em 2014 para auditar as urnas. Eles concluíram não ser possível fazê-lo. Vários líderes de esquerda já questionaram as urnas no passado, mas hoje virou "ato golpista" simplesmente desconfiar de um processo opaco que nenhum país sério do mundo utiliza. E não é por falta de capacidade tecnológica...

Numa democracia de verdade, todos os cidadãos têm direito de questionar o processo eleitoral. No Brasil isso virou coisa de "golpista". Cármen Lúcia resolveu dar um "pito" no advogado para ele entender de uma vez por todas que não pode ousar questionar nossas urnas "auditáveis". E se alguém do povo reclamar, Cármen Lúcia tem a resposta na ponta da língua: são 213 milhões de "pequenos tiranos" que precisam conhecer seu lugar no regime instaurado pelo consórcio PT-STF.

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Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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