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Bastiat e a meia-entrada
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Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal

O colunista Pablo Ortelado, da Folha de São Paulo, defendeu hoje a meia entrada para estudantes. O principal argumento dele está resumido nos dois parágrafos abaixo:

“Ao contrário do que dizem alguns críticos, não são nem produtores nem artistas quem paga o benefício da meia-entrada. A meia-entrada é uma política de subsídio cruzado na qual adultos que ganham mais subsidiam o desconto para jovens e estudantes que estão em idade de formação educacional e cultural e têm menos renda.

Exibidores de cinema ou casas de show calculam o preço do ingresso a partir de uma estimativa dos pagantes do preço cheio e dos pagantes com meia-entrada –o que faz com que o preço cheio suba um pouco em relação ao que seria um preço uniforme sem descontos. Assim, ao pagarem uma espécie de sobrepreço, os adultos cobrem a meia-entrada oferecida aos jovens.”

Como diria Bastiat, “isso é o que se vê”. O que não se vê é que há uma quantidade cada vez maior de adultos não idosos (este último grupo também conta com o benefício) se afastando de cinemas e teatros. Eu mesmo sou um desses. Há muito deixei de frequentá-los com a assiduidade de outrora. Ninguém gosta de se sentir lesado.

Aquela frase marxista: “de cada um conforme a sua capacidade, para cada um, conforme a sua necessidade” funciona somente no ambiente utópico imaginado pelos sonhadores. Na vida real, o buraco é muito mais embaixo.

O resultado são preços de meia entrada cada vez mais altos e os da entrada inteira proibitivos. E salas cada vez mais vazias, não apenas de adultos, como de jovens e velhos. Quem paga o pato no fim das contas? Sim, os produtores e artistas, que veem o público minguar a cada temporada.

E quem lucra com isso? Netflix e outros canais de mídia por assinatura, principalmente com as TVs cada vez mais nítidas e as telas cada vez maiores…

Mas o que seria dos populistas e dos demagogos, se todos raciocinassem como ensinou o velho Bastiat?

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