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Setenta por cento dos brasileiros esperam melhorar sua condição econômica – e a de sua família – nos próximos cinco anos, segundo pesquisa realizada em 28 países pela Edelman, agência global de comunicação com escritórios em todos os continentes. Os otimistas só predominam em economias emergentes.

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No caso brasileiro, o otimismo é justificável. Afinal, o atual governo possui uma agenda virtuosa de reformas liberais, que visam a estancar a sangria fiscal, como no caso da reforma previdenciária já aprovada, e a reduzir burocracia e aumentar a inserção do país no mundo globalizado, por meio de acordos comerciais e menos barreiras protecionistas.

Além disso, há a reforma tributária que pretende simplificar nossos tributos, algo essencial nesse manicômio tributário que temos, e a reforma administrativa do estado, que busca trazer mais racionalidade para o setor público, com mais meritocracia e cobrança.

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O otimismo da maioria, portanto, tem embasamento. Mas para se concretizar será preciso insistir nessas reformas e aprova-las no Congresso. O editorial do Estadão desta segunda foi exatamente nesse ponto:

Se o presidente Jair Bolsonaro pretende fazer de 2020 um ano de avanço econômico e social do País, será preciso não tratar esse período apenas como um ano de eleições e de campanha eleitoral. Para uma retomada da economia consistente, apta a gerar confiança e emprego e a aumentar a produtividade, o governo federal precisa ser capaz de tornar 2020 um ano de efetivas reformas.

O jornal é injusto com o governo ao dizer que a reforma previdenciária foi aprovada "sem o apoio integral do Palácio do Planalto", uma vez que o presidente Bolsonaro foi quem apresentou uma reforma bem mais robusta do que a do governo anterior, que pretendia uma economia bem menos, praticamente a metade do que a atual vai entregar. Sim, Bolsonaro em alguns momentos pareceu agir contra os interesses do seu ministro Paulo Guedes e do país, mas o resultado final foi positivo e o presidente tem méritos nisso.

O Estadão acerta, porém, quando lembra que, em ano eleitoral, a articulação será crucial. Além dessa boa relação com o Congresso, cabe ao presidente evitar polêmicas desnecessárias, como diz o jornal: "é mais que necessário que o presidente Jair Bolsonaro e seu entourage se abstenham de produzir crises e instabilidades políticas".

Como lembra o Estadão, "No final do ano passado, voltaram as dúvidas em relação à disposição reformista do presidente, após ter ele sustado o envio da reforma administrativa ao Congresso". Houve um cálculo político ali, com receio excessivo de se repetir no Brasil as manifestações violentas do Chile, especialmente com a soltura de Lula. Mas foi um equívoco do presidente, em minha opinião, e o governo corre contra o relógio.

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Guedes afirma que Bolsonaro segue comprometido com as reformas, e que foi uma simples questão de timing político. O tempo dirá, e tomara que seja mesmo o caso. Alguns temem que o presidente possa achar que já fez o suficiente para a retomada do crescimento necessário para garantir sua reeleição. Seria um grande erro!

E os parlamentares, a partir do segundo semestre, estarão pensando apenas nas eleições. O Brasil ficará em segundo plano. Mas o Brasil tem pressa, e precisa das reformas. Caso contrário esse otimismo, hoje sustentado em bases robustas, mostrar-se-á infundado e poderá rapidamente se reverter em apatia ou quiçá pessimismo. O tempo urge!