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Por Caio Ferolla, publicado pelo Instituto Liberal

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É comum, em países que estão sofrendo com inflação, adotar medidas de controle e até congelamento de preços como possível solução ao problema. Entretanto, fato é que essa medida ataca apenas a consequência da inflação, que é o aumento geral no nível de preços do mercado. Essa medida não combate a causa e muitas vezes não passa de uma tentativa populista de desviar o foco do público.

Ao congelar os preços, um governo indica que são os empresários e comerciantes que os definem, até os apontando como vilões malvados que estão explorando os consumidores. Todavia, a principal causa da inflação está exatamente no próprio governo, ao adotar a emissão excessiva de moedas. Quando a expansão monetária ocorre em ritmo maior que a expansão da produção, os preços naturalmente sobem. Isso é dado simplesmente pelo fato de que passa a haver maior demanda pelos produtos com maior capacidade de compra quando há mais dinheiro na economia, ao passo que há menor oferta proporcional dele.

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O governo emite moeda única e exclusivamente para se financiar. Ao haver necessidade de pagamento de dívidas, cobrir os custos de sua máquina inchada e ineficiente ou de fazer investimentos, alguns países emitem papel até que possam ficar confortáveis. O problema é que isso gera inflação e quem paga essa conta é a sociedade, pois esse aumento dos preços gerados acaba sendo mais uma forma de imposto.

Os preços são definidos pela lei de oferta e demanda. Quando há muita demanda por um produto e pouca oferta, esse produto naturalmente irá subir seu preço. Geralmente, quando isso ocorre, fica mais atrativo produzir esse produto, ao passo que, com maior oferta, seu preço acaba se estabilizando com o tempo. O problema é que, ao congelar o preço de um produto, o governo sinaliza para seus produtores que não adianta produzir mais que o preço será sempre aquele que foi marcado. Se os insumos desse produto estão mais caros, sua margem fica baixíssima, o que desincentiva mais ainda sua produção. Isso provoca um esvaziamento das prateleiras dos supermercados, acabando com a oferta desse produto. A melhor forma de equilibrar os preços, portanto, é simplesmente deixar o mercado agir por conta própria; no entanto, vários governos adotam exatamente o contrário.

Outro problema é de que, quando se tenta fazer esse controle por muito tempo, eventualmente a bolha criada acaba por estourar, realizando um repasse quase que imediato dos preços, algo não natural e que a população quase nunca está preparada para enfrentar. Foi o caso do preço dos combustíveis, fretes e energia durante o governo Dilma aqui no Brasil. Tentou-se subsidiar esses preços inclusive, porém todos nós sabemos que essa conta de subsídio sempre sobra para a população. É preciso imprimir mais moeda para conter esses novos gastos, o que gera mais inflação.

Já tivemos outros exemplos de controle aqui na América do Sul, como na Argentina recentemente estamos vendo um enorme esvaziamento das prateleiras, devido ao controle de preços. No Brasil, observamos durante o Plano Cruzado, do presidente José Sarney, esse mesmo fenômeno. Desse modo, é preciso atestar de uma vez por todas que a lei de oferta e demanda sempre acaba sendo mais forte e não vale a pena ficar direcionando esforços para controlá-la em demasia. Já passou da hora de deixar o mercado agir por conta própria e aprender que controle de preços não funciona.

*Caio Ferolla é associado III do Instituto Líderes do Amanhã. 

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