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Falta humildade aos “especialistas” – e mais ainda aos que falam em seu nome na mídia!
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Desde o começo dessa pandemia tenho tentado alertar para o perigo da "tirania dos especialistas". Citei Hayek várias vezes, pois o grande economista liberal sabia do perigo de delegarmos toda a liberdade aos "técnicos", que sabem apenas uma pequena parcela do todo, e desconhecem o futuro.

Mas, diante do pânico gerado pelo coronavírus, muitos parecem dispostos a entregar cegamente todo o poder aos "especialistas". Tentei mostrar que há divergências entre os tais especialistas; tentei mostrar que eles mesmos estão tateando em meio a inúmeras incertezas; tentei mostrar que eles desconhecem outras áreas, e que uma visão holística que enxerga a floresta além das árvores é fundamental aqui. Tudo em vão. A maioria preferiu me rotular, como a tantos outros que pediam mais humildade.

E agora? As medidas drásticas de isolamento foram necessárias? Foram positivas? Há mais dúvidas do que certezas, mas a turma segue em sua crença religiosa, por mais que mascarada de "científica". Cada vez mais cientistas, porém, questionam o remédio. Esses são devidamente ignorados, pois suas conclusões não batem com a narrativa vigente - ideológica.

Um professor de Israel, por exemplo, alega que o isolamento terá um efeito negativo, e que é preciso relaxar o quanto antes as medidas adotadas. Ele é Ph.D. e dá aulas na Agência Espacial, mas vai ver o jornalista formado pela USP sabe mais.

Ele não está sozinho. Muitos especialistas discordam das medidas draconianas, mas acabaram sendo ignorados pela mídia "abutre". Aviso aos "jornalistas": o fato de quase todos os países estarem adotando isolamento não é um argumento científico. Quase todos os países possuem salário mínimo, e economistas sérios sabem que isso não ajuda os mais pobres. Pode ser apenas o fato de que politicamente é inevitável ou muito difícil resistir à pressão "popular".

Não é com plebiscito que se faz ciência. Mas tentar expor o desconhecimento geral dos especialistas já era missão quase impossível no clima de desespero causado pela pandemia. Dennis Prager vem sendo uma voz sensata, que tenta trazer o debate para o lado da razão e da humildade. Em novo texto, ele questiona se a política de lockdown funcionou, e responde:

A verdade é que não sabemos. E a verdade é que nunca soubemos. Uma grande parte da comunidade 'especialista' se cercou de uma certeza não científica, começando, em 16 de março, com um modelo do Imperial College London - a fonte de origem dos governos para a decisão de arruinar suas economias - que projetava cerca de 2,2 milhões de mortes de americanos e meio milhão de mortes de britânicos.

Nada perto disso se concretizou, felizmente. Mas não pense que isso mudou a convicção dos abutres, dos filhotes de Nostradamus! É como debater com keynesianos: sempre que suas políticas fracassam, eles alegam que é preciso mais do remédio, e que sem ele teria sido ainda pior. É uma crença religiosa, não científica.

Eis o quadro que temos no Brasil até agora, bem longe das previsões catastrofistas de muitos:

Pode ser que a coisa ainda piore muito? Pode, claro. Mas enquanto isso temos vários efeitos colaterais das medidas drásticas tomadas por governadores, esses certos como a luz do sol. Por exemplo: temos a evidente perda das liberdades constitucionais. Essa pirâmide ilustra bem o risco que corremos:

J.R. Guzzo também aponta para outro aspecto que vem sendo ignorado até agora: a corrupção.

Teremos corrupção maciça do Oiapoque ao Chuí, com a suspensão da exigência de se fazer concorrência pública em contratos dos governos – a epidemia só existe até agora em 1.000 municípios, mas cerca de 2.000 já decretaram 'estado de calamidade pública'.

Diante desse quadro, será que é um "assassino de velhinhos" aquele que simplesmente ousa questionar as certezas dos especialistas?

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