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A mesma aliança de centro-direita que ganhou as eleições em 2018 continua ampliando seu espectro de votos, analisou o ministro da Economia Paulo Guedes.
A mesma aliança de centro-direita que ganhou as eleições em 2018 continua ampliando seu espectro de votos, analisou o ministro da Economia Paulo Guedes.| Foto:

Muito já foi dito sobre o resultado das eleições municipais. Para a imprensa torcedora, o bolsonarismo foi o grande derrotado e o PSOL o grande vencedor. Mas isso é torcida, não análise. Bolsonaro não mergulhou de cabeça nas campanhas, e não tem o poder de iluminar poste apagado. Já o PSOL continua pequeno, de nicho, e basicamente ocupou parte do espaço deixado pelo PT, que foi dizimado. O ganhador mesmo foi o “centrão”.

Partidos como o PSD e o DEM não possuem ideologia, são mais fisiológicos e às vezes agem como prostitutas da esquerda. Mas não há governabilidade sem eles. O Brasil tem dono, e pelo visto os donos do poder não mudaram tanto com a chegada de Bolsonaro ao posto máximo da política. O que importa mesmo é o “deep state”, não a superfície.

O establishment segue dominado pelos representantes de grupos organizados de interesse, eis a realidade. A tal renovação para abandonar a velha política continua sendo uma ilusão, ao menos até uma reforma política que acabe com o fundo partidário e adote o voto distrital.

Uma coisa não pode ser ignorada, porém: se a esquerda e até a extrema esquerda gozam de representantes políticos, e o “centrão” é essa geleia sem visão filosófica alguma, a direita conservadora continua órfã. Não há uma partido ou mesmo uma base parlamentar identificada por essa visão conservadora. Existem deputados e senadores mais conservadores, mas isso está longe de ser uma base sólida e unida em torno desse propósito.

Que democracia é essa que tem partidos socialistas, inúmeros socialdemocratas, alguns poucos liberais, mas nenhum conservador? Onde fica a tal pluralidade pregada da boca para fora pela esquerda? O que ficou evidente é que não basta ter um presidente mais associado a tais ideias; sem uma base de apoio, Bolsonaro pode muito pouco. Ele é refém do “centrão”.

Quem está incomodado com essa situação não pode ficar só reclamando ou falando em fraude eleitoral; precisa agir. Um movimento conservador se faz necessário em nosso país. Deixar picuinhas de lado, abandonar a briga de egos e buscar denominadores comuns para criar um bloco mais coeso e sustentado por valores conservadores: isso é o que falta hoje. É isso, ou ver em 2022 a esquerda e o “centrão” de mãos dadas para impor pautas “progressistas” a um povo conservador, mas órfão de representantes no Parlamento.

E sempre lembrando que a “guerra política” é uma pequena parte da verdadeira batalha que precisa ser travada. Estamos diante de uma guerra cultural, quiçá espiritual. Inimigos da liberdade individual querem subverter todos os pilares morais da nossa civilização. Não podemos permitir isso. Resistir e reagir, não há alternativa.

Publicado originalmente pelo ND+

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