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Greve de petroleiros é ideológica: privatize já!
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Enquanto a paralisação dos petroleiros chega a seu 18º dia e já reúne 21 mil funcionários em pelo menos 120 unidades da Petrobras, a empresa tenta conter a greve com pagamentos "aos que estão atuando para a continuidade das atividades da companhia".

Em email interno obtido pela BBC News Brasil, a companhia anunciou uma antecipação do pagamento do prêmio por performance dos funcionários —que substitui o pagamento de participação nos lucros da empresa, extinto desde o ano passado.

"Em reconhecimento aos empregados que têm trabalhado para garantir a realização das atividades normais da companhia desde 1º de fevereiro, a Petrobras decidiu antecipar parte do pagamento do Prêmio por Performance (PPP) 2019", diz o comunicado interno.

Nesta segunda, o ministro Ives Gandra, do TST (Tribunal Superior do Trabalho), decretou que a greve é ilegal porque teria "motivação política, e desrespeita ostensivamente a lei de greve e as ordens judiciais de atendimento às necessidades inadiáveis da população em seus percentuais mínimos de manutenção de trabalhadores em atividade".

Para os petroleiros, a Petrobras teria desrespeitado o acordo coletivo do setor ao demitir os empregados da Ansa (Araucária Nitrogenados) sem negociar com sindicatos. Já a empresa diz que a Ansa, comprada pela Petrobras em 2013, gera "recorrentes prejuízos".

No fundo, os funcionários ligados aos sindicatos usam como pretexto para a greve essas mudanças, já que a razão é mesmo ideológica: os sindicalistas temem que a estatal esteja sendo privatizada de forma branca, ou seja, que a venda de ativos acabe tornando a empresa mais enxuta.

O PT já vislumbrou aí uma oportunidade para fazer oposição à agenda liberal do governo Bolsonaro na economia. O secretário de Desestatização, Salim Mattar, já reafirmou que Caixa, Banco do Brasil e Petrobras não fazem parte da lista de privatizações, o que é uma pena do ponto de vista liberal, e para os brasileiros em geral.

Até mesmo Igor Gielow, da Folha, que passa muito longe de ser de direita, reconhece que o oportunismo da esquerda nesse caso denota desorientação da oposição. Para ele, "Nem os filhos tuiteiros do presidente teriam ideia tão boa para desmoralizar o movimento". O motivo, segundo ele, é que "Greve que afeta a população, sendo justa ou injusta a reivindicação, tende a ser impopular no médio prazo". Diz ele:

A Petrobras, vilipendiada por anos de exposição negativa devido ao petrolão, seguia vagando como vaca sagrada, com 65% de rejeição à sua venda. Isso parece nortear agora os partidos de esquerda, sem agenda palpável desde que a presidente Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment, em 2016, com a subsequente onda eleitoral conservadora que culminou com a eleição de Bolsonaro em 2018. A questão é que a agenda grevista perdeu a atratividade política.

Já foi o tempo em que greves eram populares. Hoje a maioria percebeu que os sindicatos atual em prol dos seus próprios interesses, não daqueles dos trabalhadores em geral, muito menos da população. A privatização da Petrobras pode estar longe de ser um consenso ainda, mas cada vez mais gente acorda para os riscos de se manter a empresa estatal. Além do petrolão fresco na memória, o consumidor não sente vantagem alguma nessa situação. "O petróleo é nosso" é um slogan vazio, ufanista, que remete justamente ao escândalo de corrupção promovido pelo PT.

Sindicatos e petistas aplaudindo a greve? Uma vez mais fica claro que essa turma sempre lutou contra os interesses do Brasil. Mais um motivo para gritar: Privatize Já!

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