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Guerra cultural é parte do resgate da educação
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Virou lugar comum no meio "progressista" repetir que a "educação", ou seja, o nosso modelo de ensino público, precisa ficar blindada contra a "guerra cultural". A premissa por trás dessa ideia é que o problema educacional brasileiro é apenas de gestão, e não ideológico. A premissa está equivocada.

Uma parte nada desprezível do fracasso do nosso ensino diz respeito justamente ao enorme nível de aparelhamento ideológico nas escolas e universidades. A infiltração vermelha, que tem no "patrono" Paulo Freire um simbolismo perfeito, é umbilicalmente ligada ao péssimo desempenho do país no Pisa.

A indisciplina em sala de aula, a má formação dos professores, a troca do ensino objetivo por campanha partidária, a patota que ascende na carreira só por pregar marxismo, tudo isso é real e um grave problema. Por isso o editorial do GLOBO de hoje erra feio o alvo, chegando a elogiar até a gestão petista! Diz o jornal:

O enfrentamento ideológico que o bolsonarismo move contra adversários políticos convertidos em inimigos, como faz todo movimento radical e autoritário, infelizmente atinge a área da educação, vital para o futuro da sociedade.

[...] A virtual estagnação dos brasileiros no Pisa é péssimo sinal. Mas o país não está na estaca zero. Desde a gestão de Fernando Henrique Cardoso, passando pelas de Lula e Dilma, cujo mandato foi completado pelo vice Michel Temer, até janeiro de 2019, foram 24 anos de razoável continuidade.

A educação conseguiu unir forças políticas e partidos diversos em torno de uma pauta comum. Neste período de quase duas décadas e meia foi alcançada a universalização na matrícula, criaram-se sistemas de acompanhamento da evolução da qualidade do ensino e lançaram-se os fundos (Fundef e Fundeb) que melhoraram a distribuição dos recursos em estados e municípios. Primeiro, no ensino fundamental, e depois, no básico como um todo.

[...] O Brasil está neste estágio, quando é deflagrada a “guerra cultural”. Ela atrapalha o difícil enfrentamento do problema da qualidade do ensino brasileiro, que vem acontecendo por meio de uma frente política mais ampla do que a visão estreita que reduz a realidade ao conflito entre “direita” e “esquerda”.

Ora, mas tem sido exatamente a predominância esquerdista um dos responsáveis pela qualidade sofrível do nosso ensino! Não digo que seja o único problema, claro, quiçá nem mesmo o maior. Mas é um dos grandes problemas sim, não resta dúvidas. Janine Ribeiro, que foi ministro de Dilma, queria conquistar "mentes e corações" dos alunos. Ele é um esquerdista que pensa que escola serve para "formar cidadãos", não transmitir conhecimento.

Essa mentalidade tem feito da pedagogia uma máquina de doutrinação ideológica. E se trata de um fenômeno mundial, como atesta Pascal Bernardin em Maquiavel Pedagogo. Vários acadêmicos mostraram como essa ideologização vem destruindo a qualidade do ensino no mundo todo. Nos Estados Unidos, Roger Kimball tem ótimos livros sobre o tema.

O estrago causado pela ideologia socialista é incalculável, mas os "progressistas" querem diminuir o problema, pois no fundo simpatizam com essa visão de mundo. Para dar um só exemplo ilustrativo, Bernie Sanders arrecadou quase $35 milhões nos últimos três meses do ano para sua campanha. O comuna é pop! O fato de um homem idoso, branco e rico, sem carisma algum, fazer tanto sucesso no meio esquerdista mostra como os democratas se radicalizaram e como os socialistas avançaram na guerra cultural: hoje os jovens universitários admiram esse lixo chamado socialismo!

O público alvo de "Crazy Bernie" é justamente a elite universitária. Por que será? Coincidência? Ou o resultado de um bem-sucedido projeto de doutrinação ideológica? Não dá para tapar o sol com a peneira. O problema do ensino não é só de gestão; é também ideológico. Por isso que a guerra cultural é parte inevitável do processo de resgate da nossa educação.

É preciso voltar a falar em conhecimento objetivo, em clássicos, em aprender a fazer conta e usar a língua de forma correta. E tudo isso passou a ser sinônimo de "opressão burguesa" ou "instrumento do patriarcado branco" pela narrativa tosca dos "progressistas" pós-modernos. Como, então, negar a importância da guerra cultural na batalha por uma educação melhor?

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