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O governo Dilma é movido por um único interesse: a reeleição. Tendo esse único objetivo em mente, acaba sendo um governo tocado pelo marqueteiro, sempre de olho na imagem, não nos resultados. Pelo conceito de Churchill, seria exatamente um governo populista, preocupado com as próximas eleições, e não estadista, preocupado com as próximas gerações.

Uma reportagem do GLOBO hoje ilustra bem isso. Os equipamentos e máquinas distribuídos pela presidente a prefeitos aumentou dez vezes em relação ao primeiro trimestre do ano passado, sem eleições. Não há foco na produção em si, na eficiência, no que é melhor para o país, e sim a obsessão por campanha eleitoral, para aparecer e conquistar mais alguns votos. Diz a reportagem:

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Pré-candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff acelerou a entrega de máquinas agrícolas em ano eleitoral. Levantamento feito pelo GLOBO, com base em informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário e na agenda presidencial, mostra que, apenas nos dois primeiros meses de 2014, foram doados pelo governo federal a municípios 2.182 equipamentos, como retroescavadeiras, motoniveladoras e caminhões (média de 36 por dia). De janeiro a dezembro de 2013, as prefeituras receberam 8.981 máquinas, média de 24 por dia. Em dois anos, as doações totalizaram R$ 3,5 bilhões na compra de veículos e equipamentos.

Dilma também turbinou sua presença na entrega de máquinas. De janeiro último até agora, a presidente participou de cinco eventos para doar 718 máquinas, com investimento de R$ 215,7 milhões. No mesmo período do ano passado, a presidente entregou 71 equipamentos (R$ 11,1 milhões) em três eventos, um aumento de 1000%. Nesta terça-feira, Dilma participaria de uma cerimônia para doação de mais 343 veículos, em Araçatuba, São Paulo, que foi cancelado.

Dos cinco eventos de Dilma este ano, dois deles foram em Minas Gerais, reduto eleitoral do senador Aécio Neves (PSDB), outro pré-candidato à Presidência. O estado recebeu das mãos de Dilma este ano 318 máquinas, com investimento de R$ 98,5 milhões. Os outros beneficiados foram Rio Grande do Sul (118), Ceará (172) e Pará (110), um investimento R$ 117,2 milhões.

Além de isso mostrar um problema conjuntural, de um governo populista que abusa do poder de olho nos votos, mostra também um problema estrutural: a nossa excessiva concentração de poder e recursos no governo federal, o que prejudica o funcionamento do federalismo descentralizado. Os municípios acabam todos reféns do governo central, o que prejudica nossa democracia.

Quando esse modelo de pirâmide invertida cai nas mãos de um partido populista como o PT, temos a garantia de abusos, como estamos vendo agora. O Brasil precisa de muito mais federalismo e muito menos PT…

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Rodrigo Constantino