Deu na Folha: Mais de 2.000 políticos eleitos receberam o Bolsa Família ilegalmente
Mais de 2.000 prefeitos e vereadores eleitos no ano passado receberam, até o início deste ano, recursos do programa Bolsa Família do governo federal.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome identificou 2.168 beneficiários que continuaram recebendo o dinheiro do programa apesar de terem sido eleitos para prefeituras e Câmaras Municipais.
A legislação brasileira veda políticos eleitos de receberem o benefício, mas determina que os próprios políticos acusem o fato de serem beneficiários do programa –o que na prática permite que muitos continuem a receber o dinheiro.
O governo encontrou as ilegalidades ao cruzar dados do ministério com do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A operação, realizada em fevereiro deste ano, encontrou inicialmente 2.272 eleitos que poderiam se enquadrar na situação ilegal. Após um pente-fino, com o envio de questionários às prefeituras, o ministério chegou ao número de 2.168 confirmados como políticos eleitos que são beneficiários do principal programa de transferência de renda do governo federal.
Além de ser o maior esquema de compra legal de votos já visto no país, era óbvio que o Bolsa Família seria também um prato cheio para esquemas de desvio e corrupção. Sempre que se concentra poder e recurso demais nas mãos do governo dá nisso.
O mais espantoso nisso tudo é o próprio governo celebrar um programa que todo ano acrescenta famílias na lista de dependentes das esmolas estatais. Qualquer programa social decente celebraria a redução de dependentes, não o aumento. Mas esse governo é diferente: se antes era preciso gastar R$ 7 bilhões com o programa, e hoje se gasta o triplo, então isso é visto como algo favorável.
No processo, como vemos, vários políticos aproveitam para tirar uma casquinha, pois ninguém é de ferro. Brasil, um país de tolos!
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