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Forma e conteúdo
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Eu confesso: a língua portuguesa nunca foi meu forte! Eu gostava mais de matemática, e a escola em que estudei, ao nos enfiar Senhora goela abaixo na mais tenra idade, para depois cobrar pura “decoreba” na prova, conseguiu me afastar bons anos da paixão pela leitura. A falha já era definitiva e irrecuperável.

Por que digo isso? Porque descolei uma “fã” que adora corrigir meus erros de português aqui no blog. Que fique claro uma coisa: dou importância à forma sim. Acho que um texto precisa ser esteticamente apreciável também. O estilo da escrita é relevante. Eu, por exemplo, adoro as colunas de João Pereira Coutinho, pois, além do excelente conteúdo, sempre contam com uma forma aprazível.

Dito isso, lamento profundamente o fato de que tanta gente prefira focar na forma e ignorar o conteúdo. Uma retórica bem desenvolvida, uma escrita envolvente, um discurso em prosa impecável, tudo isso pode ocultar uma mensagem que é um verdadeiro lixo. Eu, por algum motivo, sempre dei mais valor ao conteúdo da mensagem. Por isso me tornei um liberal.

Essa minha mania talvez seja por eu ter notado que o incessante ataque à forma pode significar um esperto desvio do conteúdo. No afã de não ter de rebater argumentos, ataca-se os erros de escrita. Entre mim e minha cara colega, há esse grande obstáculo, quiçá intransponível.

Escrevo uns cinco textos diários, e prezo pela mensagem que estou transmitindo. Em estilo blogueiro, claro que sacrifico a atenção ao uso correto da nossa complexa língua. Mea culpa. Mas para isso tenho a Roberta, sempre atenta e pronta para apontar meus deslizes. A ela só tenho a agradecer. Dedico esse texto a essa incansável guardiã da língua portuguesa.

Infelizmente, ela tem focado demais na forma, e se mostra incapaz de absorver o conteúdo. Detesta o capitalismo, como já deixou transparecer nos comentários. Uma pena. Sinal de que tenho sido mal-sucedido em minha missão, que sem dúvida não é embalar esterco com seda fina, e sim produzir diamantes, ainda que cobertos em papelão. Pergunto-me, então, aflito: estarei eu jogando pérolas aos porcos?

Pelo feedback até aqui, creio que não. Seguirei, portanto, em minha árdua tarefa de produzir conteúdo decente para o consumo daqueles que estão mais preocupados com o teor da mensagem do que com a aparência da embalagem. E, para dar uma melhorada nesta, conto com o incansável apoio de minha professora informal de português.

Caso ela e outros esquerdistas prefiram a forma ao conteúdo, são livres para “pousar” de refinados eruditos ao lado de Emir Sader. Boa sorte.

PS: Se os erros do ex-presidente Lula forem apontados, além do fato de que não se fará outra coisa da vida, você será certamente acusado de “elitista preconceituoso”. Uma vez mais, o duplo padrão da esquerda fica evidente.

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