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O erro e o acerto da mensagem de união de FHC
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Em sua coluna de hoje, o ex-presidente FHC faz um apelo por mais união, por uma visão menos mesquinha que coloque os interesses do povo brasileiro acima das picuinhas partidárias. Diz ele:

Já cansei de escrever sobre esses males e outros mais. Das deficiências no prestar serviços nas áreas de educação, saúde e segurança a mídia dá-nos conta todos os dias. Dos desatinos da vida político-partidária, então, nem se fale. Basta ver o último deles, a manutenção na Câmara de um deputado condenado pelo Supremo e já na cadeia! Não obstante, dada a amplitude dos desarranjos, parece inevitável reconhecer que a questão central é de liderança. Não digo isso para acusar uma pessoa (sempre o mais fácil é culpar o presidente ou o governo) ou algum partido especificamente, embora seja possível identificar responsabilidades. Mas é de justiça reconhecer que o desencontro, o bater de cabeças dentro e entre os partidos, faz mais zoeira do que gera caminhos. Daí que termine com uma pergunta ingênua: será que não dá para um mea culpa coletivo e tentar, mantendo as diferenças políticas, e mesmo ideológicas, perceber que quando o barco afunda vamos todos juntos, governo e oposição, empregados e empregadores, os que estão no leme e os que estão acomodados na popa?

É preciso grandeza para colocar os interesses de longo prazo do povo e do País acima das desavenças e pactuar algumas reformas (poucas, não muitas, parciais, não globais) capazes de criar um horizonte melhor, começando pela partidário-eleitoral (já que o ucasse presidencial nessa matéria não deu certo, como não poderia dar). Se os que estão à frente do governo não têm a visão ou a força necessária para falar com e pelo País, pelo menos a oposição poderia desde já cessar as rixas internas a cada partido e limar as diferenças entre os partidos. Só assim, formando um bloco confiável, com visão estratégica e capaz de seguir caminhos práticos, construiremos uma sociedade mais próspera, decente e equânime.

FHC erra, talvez por excesso de polidez, ao propor um mea culpa geral, coletivo. O governo atual tem colocado o Brasil em um rumo perigoso, autoritário, catastrófico, e apontar responsabilidades é crucial se pretendemos reverter o quadro. Esperar do PT tal postura de estadista é mais que ingenuidade; é algo temerário, pois já provaram não serem capaz disso.

O erro de FHC, em minha opinião, é não colocar o dedo na ferida da própria “oposição”. A postura negligente, passiva, ou mesmo acovardada dessa tal “oposição” tem sido uma das principais causas do avanço desse estrago. Sim, a “oposição” poderia cessar as rixas internas, não resta dúvida. Mas, acima de tudo, precisa ser oposição de verdade! E isso, infelizmente, não temos visto da maneira desejável.

Com o PT não há acordo ou parceria suprapartidária em prol do país. Quem acredita nisso dá atestado de inocência útil ao projeto de poder do PT. Mas sem dúvida poderíamos ter uma oposição mais unida e organizada, com o objetivo apartidário e patriótico de impedir o retrocesso do Brasil rumo ao modelo “bolivariano” da Argentina ou Venezuela. Onde está tal oposição? Queremos ver! Há demanda para ela.

Gravei um vídeo que mais parece um desabafo em busca dessa união da “direita”, ou de uma oposição legítima que valha o rótulo. Segue:

httpv://www.youtube.com/watch?v=PFeBHg7bSaw

Em suma, saibamos lutar por uma união sim, mas separando o joio do trigo; caso contrário, estaremos dando um tiro no pé e abrindo o caminho para os golpistas que pretendem usurpar nossa democracia, ainda que pelas vias democráticas.

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