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Em artigo publicado hoje no Estadão, o escritor peruano Mario Vargas Llosa coloca os pingos nos is e detona o fascismo de Maduro e dos bolivarianos latino-americanos.

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A Venezuela desperdiçou US$ 800 bilhões em petrodólares nos 15 anos de poder chavista, esbanjando essa montanha de recursos, em boa parte preveniente dos “exploradores” ianques, com a exportação do bolivarianismo no continente. O resultado está aí: falência econômica, caos social e autoritarismo.

Mas os bolivarianos ainda têm a cara de pau de acusar os outros de fascistas! Vargas Llosa toca na ferida:

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A prostituição das palavras, como assinalou George Orwell, é a primeira façanha de todo governo de vocação totalitária. Nicolás Maduro não é um homem de ideias, como percebe de imediato quem o ouve falar. Os lugares comuns tornam seus discursos confusos e ele os pronuncia sempre rugindo, como se o barulho pudesse suprir a falta de argumentos. Sua palavra favorita é “fascista”, com a qual ele se dirige sem o menor motivo a todos os que o criticam e se opõem ao regime que levou um dos países potencialmente mais ricos do mundo à pavorosa situação em que se encontra.

Sabe, senhor Maduro, o que significa fascismo? Não o ensinaram nas escolas cubanas? Fascismo significa um regime vertical e caudilhista, que elimina toda forma de oposição e, mediante a violência, anula ou extermina as vozes dissidentes. Um regime que invade todos os aspectos da vida dos cidadãos, do econômico ao cultural e, principalmente, é claro, o político. Um regime em que pistoleiros e capangas asseguram, mediante o terror, a unanimidade do medo, do silêncio e uma frenética demagogia por meio de todos os veículos de comunicação na tentativa de convencer o povo, dia e noite, de que vive no melhor dos mundos.

Ou seja, o que está vivendo cada dia mais o infeliz povo venezuelano é o fascismo, que representa o chavismo em sua essência, esse fundo ideológico no qual, como explicou tão bem Jean-François Revel, todos os totalitarismos – fascismo, leninismo, stalinismo, castrismo, maoismo e chavismo – se fundem e se confundem.

O mais vergonhoso de tudo é que nosso governo, liderado pelo PT, endossa esse absurdo. Afinal, os chavistas são camaradas, companheiros de ideologia dos petistas. O editorial do Estadão hoje esfrega essa postura nojenta na cara de pau dos defensores do PT:

Em vez de assumir suas responsabilidades e pressionar o governo da Venezuela a dialogar com a oposição para superar a violenta crise no país, o governo brasileiro prefere fazer de conta que nada está acontecendo. O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, esteve recentemente na Venezuela e disse que há uma “valorização midiática” dos confrontos. “O país não parou, as coisas estão funcionando”, afirmou Garcia. Não se trata de autismo, mas de uma estudada farsa, cujo objetivo é fazer crer que Nicolás Maduro tem a situação sob controle e que as manifestações só são consideradas importantes pelos “veículos de comunicação internacionais”.

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Desse modo, o governo petista continua a seguir a estratégia de desmerecer os protestos contra o chavismo, como se estes fossem mero alarido de quem foi derrotado nas urnas, e não uma legítima expressão de descontentamento com os rumos que o país tomou nos últimos anos. Essa política explica por que o Brasil aceitou subscrever a indecente nota do Mercosul que criminalizou os oposicionistas venezuelanos.

O que podemos resumir de tudo isso? Simples: os petistas, que adoram acusar todos os opositores de “fascistas”, agem como sócios do regime mais fascista da América Latina, a Venezuela chavista.

Rodrigo Constantino