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Lockdown da ciência
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“Todo o problema do mundo é que os estúpidos estão cheios de certezas, e as pessoas mais inteligentes estão cheias de dúvidas”, desabafou Bertrand Russell. Impossível não pensar na pandemia atual que assola o mundo. Em nome da ciência, mas adotando postura arrogante “cientificista”, muitos leigos parecem certos do que fazer: isolamento radical, lockdown, salvar vidas, depois pensamos na economia!

Quem quer que ousasse questionar a suposta sabedoria científica era logo tratado como herege, como inimigo da vida, como irresponsável ou mesmo assassino, quando não um terraplanista maluco. Mas há mesmo esse embasamento todo científico para tais “recomendações”, que se tornaram imposições coercitivas?

Eis o problema: não há. E o método científico, que não é feito por consenso ou unanimidade, demanda questionamentos constantes, justamente o que se tentou abafar. A Suécia não seguiu a mesma estratégia, preferindo a “imunidade de rebanho” e manter o comércio funcionando. Mas o país foi ignorado. Especialistas suecos, israelenses ou americanos contestaram o caminho único, mas foram ignorados. A OMS parecia biruta de posto, cada hora sugerindo uma coisa, e chegou a desmerecer o uso de máscaras. Mas segue como ícone da “ciência” para os que ignoram a politização da entidade.

Cada vez mais gente, porém, decide questionar as medidas mais drásticas adotadas pelas autoridades. Enquanto o governador democrata de Nova York se diz "chocado" porque dois terços dos hospitalizados estavam em suas casas isolados, e não nos transportes públicos, a economia segue em queda livre, produzindo desemprego em massa. Já foram 33 milhões de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos em apenas dois meses, algo sem qualquer precedente histórico.

A Associação Médica Australiana, por sua vez, emitiu um comunicado alertando para a expectativa de crescimento de até 25% na taxa de suicídio no país, por conta do isolamento e da crise econômica contratada, e também um incremento expressivo nos casos de doenças mentais. Devemos colocar essas mortes na conta dos “isolacionistas” radicais?

Enquanto isso, o responsável pelo modelo catastrofista do Imperial College britânico, que disseminou pânico pelo mundo, fugiu da própria quarentena para encontrar uma amante. E seu seguidor brasileiro, o youtuber que chegou a prever um milhão de mortes no Brasil, comemorou nas redes sociais que era comparado a Greta Thunberg, a pirralha histérica com o “aquecimento global”. “Embora não chegue aos seus pés”, ele ainda completou. Faz sentido se a meta não for a ciência, mas a fama...

Temos visto na era das redes sociais cada vez mais gente desprezando a verdadeira ciência enquanto fala em seu nome, monopolizando-a. É o lockdown da ciência!

* Artigo originalmente publicado pelo ND+

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