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Memes: arma de destruição em massa?
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As redes sociais são ambientes anárquicos, que servem tanto para a liberdade de informar, como para o "assassinato de reputação", os "cancelamentos" e outras demonstrações de ódio tribal. Não é moleza para quem se expõe, e é preciso desenvolver uma casca grossa para aguentar o rojão dos "haters".

Em meio a esses ataques em massa, vemos eventualmente crimes de difamação e calúnia. Mas esses já são previstos na lei e puníveis. Quando falam em Fake News ou "gabinete do ódio", o que desejam, na prática, é o controle sobre o conteúdo, sobre quem decide o que é verdade ou mentira, garantindo reserva de mercado para agências de "checagem de fatos" e censura ideológica.

A peça de denúncia de Alexandre de Morais para mandar a Polícia Federal na casa de bolsonaristas é prova disso, de tão bizarra. Vira crime, ali, puxar hashtag como STFVergonhaNacional, o que é ridículo. Descobrimos que se alguns indivíduos montarem um grupo de WhatsApp e espalharem uma hashtag dessas, e alguns empresários gostarem da ideia e ajudarem a bancar a divulgação nas redes sociais, estamos diante de uma organização criminosa!

E quem define isso? Um ministro do Supremo indicado por um ex-presidente suspeito de corrupção, apontado de forma irregular como relator de um inquérito ilegal e arbitrário criado por outro ministro do Supremo, que por sua vez foi indicado por outro ex-presidente já condenado por corrupção. É mole?

Como base de sustentação para essa perseguição típica de estado policialesco, temos um inquérito completamente ilegal, como aponta o deputado Paulo Eduardo Martins: "Eis o Artigo 43 do Regimento Interno do STF que é base do Inquérito das Fake News. É explícito. Fala em 'infração à lei penal ocorrida na sede ou dependência do Tribunal'. A investigação não tem nada a ver com isso. Não há como defender a legalidade do Inquérito".

Alexandre de Moraes age como delegado de cidadezinha, onde se considera acima da lei. É assustador! Antes eu achava que bastava um ministro do STF sofrer impeachment no Senado para acalmar os ânimos do povo indignado, com toda razão. Agora penso que só mesmo a prisão de algum deles poderá trazer algum senso de justiça à população. Não por acaso a hashtag "Liberdade" foi para o topo de tendência hoje, com mais de 450 mil tweets.

O repúdio aos ataques virtuais, claro, é seletivo, segue o mesmo duplo padrão ideológico de boa parte da mídia. Desejar a morte do presidente, ou esfregar sua cara num asfalto quente, está tudo bem: mostra que você é um democrata exercendo sua liberdade de expressão; fazer meme com o "careca do Supremo": a PF na porta da sua casa às 6h da matina, celular e computador apreendidos, sigilo fiscal abandonado. E isso com o aval de parte da imprensa que deseja justamente controlar o que é Fake News. Olha o perigo, como alerta Fiuza:

Não gosto nada do estilo do Allan dos Santos, do Terça Livre, mas preciso reconhecer: ele, sozinho, tem mais coragem do que toda a patota corporativista da imprensa, a turma do "ninguém solta a mão de ninguém", incapaz de enfrentar o establishment. E militante por militante, ao menos ele não finge imparcialidade.

Quando o militante petista Glenn Greenwald foi alvo de investigação por conta das mensagens obtidas de forma ilegal por hackers, o STF saiu em sua defesa, e a apreensão de seus equipamentos foi vetada como "ataque à liberdade de imprensa". Seu site, The Intercept, é um instrumento ideológico tanto quanto o Terça Livre. Por que nenhum jornalista saiu em defesa de Allan dos Santos, então? Por que o duplo padrão? Não fica claro que há viés de esquerda nisso tudo, muita hipocrisia? E são esses que querem decidir o que é ou não Fake News?!

Há muito lixo sim nas redes sociais, mas mentiras se combate com mais liberdade, não com censura. E para os ataques criminosos, já temos a lei, repito. Portanto, é muito perigoso esse papo de "combate às Fake News" por meio de regulação estatal. Todo cuidado é pouco! O que essa gente deseja, no fundo, é colocar no comando gente como Greenwald, ou na melhor das hipóteses gente "moderada" que tolera Greenwald, mas repudia Allan dos Santos.

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