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Minha primeira Marcha Pela Vida
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Aborto é um tema delicado, complexo e que gera muita confusão. Há quem pense, por exemplo, que liberais devem ser favoráveis ao aborto, mas isso se deve a essa usurpação ao longo de décadas do termo pelos "progressistas" de esquerda. Não há ligação entre liberalismo e aborto, e a "liberdade de escolha" da mulher, no caso, envolve outra vida humana, o que muda tudo.

Já debati muito sobre aborto, já defendi o "direito" no passado, com ressalvas, e de uns tempos para cá passei a me tornar contrário, especialmente por perceber a banalização da vida humana nos discursos feministas, o radicalismo crescente dos defensores da legalização, que saíram do reconhecimento do drama envolvido, apesar de adotarem postura "pragmática", para uma afirmação nefasta de orgulho por ter interrompido a gravidez e eliminado o feto.

Diante disso, fazia um tempo que queria ir na Marcha Pela Vida, o maior evento de manifestação nos Estados Unidos, paradoxalmente ignorado pela grande mídia. Desde a decisão polêmica do Roe vs Wade que americanos pró-vida realizam essa marcha até a Suprema Corte, para protestar contra a decisão e reafirmar o valor da vida desde sua concepção. A cada ano que passa mais gente se junta ao evento, que conta com cerca de um milhão de participantes.

Este ano foi especial pois foi a primeira vez em que um presidente fez discurso no evento. Trump não liga para a patrulha feminista, e fez um belo discurso em prol da sacralidade da vida humana. Ano passado o vice-presidente Mike Pence já tinha falado no evento e concedido entrevista a Ben Shapiro. Seguem alguns trechos da fala de Trump:

Todos nós aqui entendemos uma verdade eterna: cada criança é um dom precioso e sagrado de Deus. Juntos, devemos proteger, valorizar e defender a dignidade e a santidade de cada vida humana. (...) Quando vemos a imagem de um bebé no útero, vislumbramos a majestade da criação de Deus. Quando seguramos um recém-nascido nos nossos braços, conhecemos o amor sem fim que cada criança traz a uma família. (...) Nas Nações Unidas, deixei claro que os burocratas globais não têm como atacar a soberania das nações que protegem as vidas inocentes. Os nascituros nunca tiveram um defensor tão forte na Casa Branca. (...) Não sabemos o que os nossos cidadãos ainda não nascidos irão conseguir fazer. Os sonhos que terão. As obras-primas que criarão. As descobertas que farão. Mas isto sabemos: cada vida traz amor a este mundo. Cada criança traz alegria a uma família. Cada pessoa é digna de ser protegida. E, acima de tudo, sabemos que a alma de cada ser humano é divina e que cada vida humana, nascida ou não nascida, foi feita à imagem de Deus Todo-Poderoso. 

Demanda coragem se posicionar dessa forma nos dias atuais. E agora deixo minhas principais impressões de ter participado este ano da marcha, junto ao senador Eduardo Girão, o deputado federal Sóstenes Cavalcante e Ana Paula Henkel. O que mais chamou minha atenção, sem dúvida, foi a enorme presença de jovens. Uma geração que leva, com felicidade, seu apreço pela vida humana sagrada, algo notável quando lembramos da narrativa predominante na imprensa, hedonista, com pitadas de misantropia, que enaltece mais o ovo da tartaruga do que o feto humano.

Crianças de 10, 12 ou 15 anos, famílias inteiras, adolescentes cantando, levantando cartazes, afirmando que representam a nova geração pela vida, recusando-se a sucumbir diante da pressão dos pares. Um ambiente familiar, alegre e jovial, com mensagens de amor, algo bem diferente do ressentimento que exala das marchas feministas. Algo tocante, uma experiência única, que alimenta nossa esperança na humanidade.

Há também mulheres corajosas que dão a cara a tapa para demonstrar arrependimento por já terem feito aborto; há religiosos, mas também ateus que entendem a importância da sacralidade da vida humana; há, sim, feministas que alegam que o verdadeiro feminismo defende a vida desde a concepção, inclusive de mulheres, e que o aborto fere as próprias mulheres.

Tudo isso num alto astral incrível, e com pouquíssima segurança, pois não vemos, de fato, um só caso de confusão, tumulto, briga. O caráter pacífico do evento salta aos olhos, algo inexistente nos protestos de "minorias" que costumam levar mensagens de vingança, de ódio, de rancor. É muito bonito de se ver, de verdade.

Recomendo a todos que tenham a oportunidade que participem ao menos uma vez na vida. Mas adianto que dificilmente será a única. Pretendo voltar em 2021, levando minha filha comigo, meu filho, minha mulher. É imperdível - e viciante, pois realimenta nossa esperança num futuro melhor. E como a imprensa prefere ignorar a marcha, é algo que muitos desconhecem, apesar de uma maioria silenciosa ter ali sua voz representada.

Segue a reportagem especial que fiz para a Jovem Pan, lembrando que esta Gazeta do Povo defende a causa com coragem, e já enviou jornalista para cobrir o evento antes:

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