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São tantas mudanças que é até arriscado escrever sobre a situação da suposta terceira via nessa eleição. Soltaram inúmeros balões de ensaio, apostaram muitas fichas em alguns nomes de “peso”, e eis que agora estão todos mudando de partido, anunciando a desistência da candidatura, flertando com grandes uniões para derrotar os “extremos”. Por que a tal terceira via é um fiasco?

Tenho defendido faz tempo a tese de que o maior problema dela é justamente não ser uma terceira via de fato. A narrativa que cria dois polos extremistas igualmente nefastos que precisam ser derrotados pelo centro pode ser sedutora, mas é falsa como uma nota de três reais. São todos tucanos em seus cinquenta tons de vermelho, ou de rosa, se preferir. Isentões que ficam em cima do muro e, quando descem, estão sempre ao lado esquerdo, normalmente no colo do PT.

Eis, em essência, o problema mais grave dessa “terceira via”. Como forçar equivalência moral entre a quadrilha petista, que tomou de assalto o estado brasileiro e promoveu o maior escândalo de corrupção da história, e o atual governo, com mais de três anos sem escândalos relevantes de corrupção?

Quando esse discurso furado vem de alguém como Sergio Moro, então, fica ainda pior. Ora, Moro foi ministro do governo Bolsonaro, vangloria-se de seus resultados, e ignora que tinha um chefe lhe dando autonomia? Tenta demonizá-lo, colocando-o no mesmo saco podre de Lula, o bandido que mandou para a cadeia quando era juiz? Qual a lógica disso?

Soa oportunista demais. E é aqui que está o cerne da questão: essa “terceira via” toda é artificial, produto de marketing, calculista. São bonecos de cera, sem real conteúdo, que apostaram no pior, sabotaram o Brasil tentando desgastar Bolsonaro. Não convencem ninguém. Pode colocar estrutura partidária por trás, muito dinheiro, apoio de grandes empresários: faltará sempre o povo.

Existe, claro, um espaço legítimo para críticas ao atual governo. Desde que críticas construtivas, de quem realmente quer o melhor para o país. Alguém que seja efetivamente um liberal ou conservador, mas sem os excessos bolsonaristas, poderia ter alguma chance. Mas não esses tucanos globalistas disfarçados de centro moderado.

Nos Estados Unidos, Trump representava a reação mais “tosca” ao sistema corrompido. Trump pode ter cometido excessos, mas a alternativa nunca seria um Mitt Romney da vida, um democrata disfarçado de republicano. Agora surge o governador da Flórida como opção. Ron DeSantis é mais “presidenciável”, segue mais a liturgia do cargo, mas mantém a firmeza de Trump contra a mídia militante, contra o sistema. Isso sim, pode representar uma alternativa para a direita. No Brasil, quem seria essa pessoa?

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