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O pragmatismo dos ideológicos
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O presidente Bolsonaro resolveu não cumprimentar o presidente eleito da Argentina, após este publicar uma foto em defesa de "Lula Livre", uma grave ofensa ao sistema judiciário brasileiro, chamado de farsa pelo hermano. A mídia caiu de pau em cima do nosso presidente.

Como assim, vai deixar ideologia falar mais alto do que pragmatismo? A Argentina é um parceiro comercial importante, lembraram. Estamos juntos no Mercosul. Nossa indústria automotiva depende dos argentinos. Os interesses empresariais devem estar acima de "picuinhas". O presidente mostrou uma "birra infantil", disseram.

Aí o presidente vai para a Arábia Saudita, país rico do Oriente Médio, e faz afagos no príncipe, diz que "todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente as mulheres". Qual a reação da mesma mídia? Chamar a atenção para essa estranha "afinidade" do presidente com um príncipe suspeito de ordenar esquartejamento de um jornalista.

Será que se Bolsonaro se recusasse a apertar a mão do príncipe os jornalistas brasileiros ficariam contentes? Se ele fizesse um discurso moralista, pontuando a importância de valores humanos universais, seria elogiado por nossa imprensa? Risos.

Vamos lembrar que esses mesmos jornalistas detonavam Bolsonaro porque ele ia acabar com o comércio com os países árabes por defender de forma ideológica Israel. Aí o cara vai ao Oriente Médio, é super bem recebido e fortalece relações econômicas com esses países. Destaque da mídia: Bolsonaro se relaciona com ditaduras cruéis.

A sensação que fica é que cara Bolsonaro perde, coroa a mídia ganha. Não importa o que ele faça, ele será sempre criticado. Ou faltou pragmatismo, ou sobrou pragmatismo. Claro que não precisa "rasgar seda" com ditadores assassinos. Mas não importa a postura de Bolsonaro, ele será alvo de críticas duras.

Isso se deve ao fato de que nossos jornalistas, por mais que se vendam como pragmáticos, são ideológicos demais da conta, quase todos "progressistas" de esquerda que não suportam Bolsonaro. Daí o duplo padrão. Daí o um peso, duas medidas.

Quando Lula desfilava bajulando os piores tiranos do planeta, era um saudável pragmatismo. Quando Bolsonaro tenta agradar um príncipe rico e poderoso para atrair capital para o Brasil, é afago imoral em assassino. E quando ele reage a uma clara afronta do socialista eleito na Argentina, é falta de pragmatismo. É para Bolsonaro ser pragmático ou não, afinal? Decidam-se...

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