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Felipe Moura Brasil, diretor de jornalismo da Jovem Pan, publicou uma longa reportagem muito importante na revista Crusoé, expondo nomes e como atuam os militantes virtuais do bolsonarismo, agindo desde dentro do governo. Eis o resumo:

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De fato, trata-se de uma espécie de petismo com sinal trocado, na linha do que já havia denunciado Janaina Paschoal, que percebeu postura similar àquela dos seguidores de Lula.

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Um dos nomes que mais aparecem, para surpresa de ninguém que conheça os bastidores da direita populista, é o de Filipe G. Martins, assessor da Presidência para assuntos internacionais. Quem tiver interesse em conhecer melhor o perfil dele, recomendo essa reportagem da Época.

O jovem, que exerce bastante influência em Bolsonaro por ser uma espécie de preposto de Olavo de Carvalho no governo, atua diretamente na articulação dessa militância. Como "analista", mais parecia o goleiro Muralha, sempre pulando para o mesmo lado e cantando a vitória da direita. Acertava metade. E "analisava" desde a posição de membro de diretório de partido, com cargo no PSL e de olho num eventual cargo no governo em caso de vitória do "seu" candidato. Analista independente é isso!

Vera Magalhães comentou o caso no Jornal da Manhã de hoje:

Vera é alvo constante dessa "milícia digital" bolsonarista, assim como tantos outros jornalistas. Carlos Andreazza, por exemplo, que também comentou a reportagem:

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Até os ministros Paulo Guedes e Sergio Moro são alvos dessa turma. Sabemos que os nacional-populistas e reacionários influenciados por Olavo e Bannon não engolem os liberais, e enxergam em Guedes um instrumento útil no momento, nada mais.

Filipe G. Martins, chamado de Robespirralho ou Sorocabannon nas redes sociais, foi o responsável pela barrigada no caso da OCDE, criando um baita alarde na época do apoio de Trump, como se fosse sinônimo já de vitória e ingresso no "clube dos ricos". Esses dias soubemos que não é bem assim que as coisas funcionam no mundo da diplomacia real...

A militância foi imediatamente acionada, ao que tudo indica, para entrar em campo defendendo o jovem assessor e o governo. A mídia só espalharia Fake News, dizem. A reação é a prova da falta de humildade desse pessoal para reconhecer um erro. Venderam um peixe que não foram capazes de entregar, e agora atacam o mensageiro. Comentamos isso no Jornal da Manhã hoje:

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É constrangedor ver o malabarismo dos bolsolavistas para defender Filipe. "A OCDE tem regras", "a Argentina já estava na fila" etc. Ora, então qual foi a razão de toda aquela empolgação eufórica do assessor à época da notícia do apoio americano? Daqui a pouco, se até isso fracassar na frente, vão resgatar o globalismo e desqualificar a própria OCDE como irrelevante ou instrumento dos comunistas. Haja pano para passar.

Para Rubens Ricupero, ex-embaixador nos Estados Unidos, "estamos colhendo a humilhação pública depois de todo festejo". O diplomata de carreira Paulo Roberto de Almeida, alvo da militância por ter discordado de Olavo num debate sobre globalismo, comentou: "Ricupero volta a sublinhar o que é relevante nos fatos, não nas alucinações exteriores do olavo-bolsonarismo diplomático, feito de retórica vazia. Vou atualizar minha lista das NÃO realizações da 'política externa para o povo'."

O jornalista Merval Pereira, em sua coluna de hoje, resgatou a frase atribuída a Dulles de que não há países amigos, mas interesses comuns, e acrescentou:

A propalada amizade entre Trump e a família Bolsonaro, base para a defesa de uma política externa atrelada aos Estados Unidos, começa a ser desmistificada pelos próprios americanos, que ontem aceitaram Argentina e Romênia no chamado “clube dos ricos”, sem abrir brecha para o Brasil, o que fora anunciado como a grande vitória alcançada na visita do presidente Bolsonaro aos Estados Unidos.

A indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada americana, apesar da visível falta de qualificação, subiu no telhado agora. Afinal, o trunfo usado era justamente a "amizade" entre os dois presidentes. Mas e se essa "amizade" pouco quer dizer na prática? Não é assim que se constrói relações republicanas. O "jeitinho" personalista pode ter raízes profundas fincadas na cultura brasileira, mas não se pode dizer o mesmo da América.

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Filipe Martins e essa militância dos "blogueiros de crachá", e Eduardo Bolsonaro com sua obsessão pela embaixada e por assassinar a reputação de eventuais críticos do governo, como tentou fazer comigo usando uma mentira patética acerca do meu passado no mercado financeiro, representam o que há de pior no governo Bolsonaro. E o fato de serem tão influentes na cabeça do presidente é o que mais assusta...