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As investidas do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) na rotina da Petrobras é percebida por quase metade da população, diz pesquisa. Petrobras, durante cerimônia na Refinaria Abreu e Lima, em janeiro de 2024.
As investidas do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) na rotina da Petrobras é percebida por quase metade da população, diz pesquisa. Petrobras, durante cerimônia na Refinaria Abreu e Lima, em janeiro de 2024.| Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

Roberto Campos pregava num deserto. Enquanto socialistas e militares gritavam "o petróleo é nosso", slogan nacionalista estatizante que servia apenas para manter os privilégios de uma casta no poder, nosso pensador liberal tentava mostrar a necessidade de se privatizar a "Petrossauro", como ele a chamava. E isso foi bem antes do petrolão...

O mecanismo de incentivos é perverso no setor público, onde falta o dinamismo do mercado, o risco de punição severa por incompetência ou premiação agressiva por valor gerado, a constante ameaça da bancarrota, o olho do dono que sempre engorda o boi. O "Estado empresário" vira uma máquina de politicagem e corrupção, tudo em nome do "social".

Lula estava com saudades do petrolão, e por isso mudou o comando da Petrobras para colocar alguém com uma visão mais... "social".

Até mesmo Bolsonaro, com formação militar, já estava convencido por Paulo Guedes e pela realidade que a privatização talvez fosse o único caminho possível para a Petrobras. E o grande risco de manter as estatais é quando a esquerda volta ao poder. O PT, quando repete "o petróleo é nosso", está falando a verdade: eles juram que o petróleo é... deles.

O mercado é um "dinossauro voraz", e a empresa deve priorizar o "social" no lugar do lucro. Por isso a lucratividade sempre desaba durante governos esquerdistas, enquanto os escândalos de corrupção aumentam exponencialmente. Lula estava com saudades do petrolão, e por isso mudou o comando da Petrobras para colocar alguém com uma visão mais... "social".

Magda Chambriard, nova CEO da empresa, coloca-se como defensora do papel social da Petrobras. Em entrevista à TV Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), concedida em 2021, ela referiu-se à petroleira como uma "via de mão dupla". "A sociedade não espera uma retribuição ipsis literis de tudo o que ela [Petrobras] fez, mas quer ter retorno, sim, do desenvolvimento proporcionado por essa indústria", explicou.

A meta estabelecida por Lula inclui acelerar projetos da Abreu e Lima, ou seja, fazer caixa para o projeto totalitário de poder do PT. A megalomania do "ogro filantrópico" está de volta, com seus projetos grandiosos como a Comperj. A Petrobras vai investir no refino nacional, talvez em parceria com Maduro, como fez com Chávez antes. O Brasil está de volta! Os tucanos de mercado que fizeram o L, como Arminio Fraga e João Amoedo, estão preocupados...

Octavio Paz, o Prêmio Nobel de Literatura e autor de O Ogro Filantrópico, fez no passado um alerta importante sobre o risco da megalomania estatal. O México viveu o drama da “maldição do ouro negro”, e o resultado foi lamentável. O Partido Revolucionário Institucional (PRI), membro da Internacional Socialista, teve o poder hegemônico sobre o país entre 1929 até 2000. A existência de vastas reservas de petróleo contribuiu bastante para essa hegemonia.

A estatal Pemex controlou o setor por décadas, servindo como um braço do partido na economia. Por esta razão, as palavras de Paz são mais atuais que nunca. Basta trocar México por Brasil, e o recado está bem claro:

Por um lado, o Estado mexicano é um caso, uma variedade de um fenômeno universal e ameaçador: o câncer do estatismo; por outro, será o administrador da nossa iminente e inesperada riqueza petrolífera: estará preparado para isso? Seus antecedentes são negativos: o Estado mexicano padece, como enfermidades crônicas, da rapacidade e da venalidade dos funcionários. […] O mais perigoso, porém, não é a corrupção, e sim as tentações faraônicas da alta burocracia, contagiada pela mania planificadora do nosso século. […] Como poderemos nós, os mexicanos, supervisionar e vigiar um Estado cada vez mais forte e rico? Como evitaremos a proliferação dos projetos gigantescos e ruinosos, filhos da megalomania de tecnocratas bêbados de cifras e de estatísticas?

Pois é. Sempre atual. Pois o estatismo tupiniquim tem um passado glorioso e um futuro promissor em nosso continente. Os petistas querem brincar de xeique árabe novamente, e o "mercado" segue atrapalhando. Era hora de dar uma banana para esse dinossauro voraz e priorizar, uma vez mais, o lado "social" da Petrobras. O petróleo é deles!

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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