![O petróleo é deles! As investidas do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) na rotina da Petrobras é percebida por quase metade da população, diz pesquisa. Petrobras, durante cerimônia na Refinaria Abreu e Lima, em janeiro de 2024.](https://media.gazetadopovo.com.br/2024/04/03200926/lula-petrobras-abreu-e-lima-960x540.jpg)
Roberto Campos pregava num deserto. Enquanto socialistas e militares gritavam "o petróleo é nosso", slogan nacionalista estatizante que servia apenas para manter os privilégios de uma casta no poder, nosso pensador liberal tentava mostrar a necessidade de se privatizar a "Petrossauro", como ele a chamava. E isso foi bem antes do petrolão...
O mecanismo de incentivos é perverso no setor público, onde falta o dinamismo do mercado, o risco de punição severa por incompetência ou premiação agressiva por valor gerado, a constante ameaça da bancarrota, o olho do dono que sempre engorda o boi. O "Estado empresário" vira uma máquina de politicagem e corrupção, tudo em nome do "social".
Lula estava com saudades do petrolão, e por isso mudou o comando da Petrobras para colocar alguém com uma visão mais... "social".
Até mesmo Bolsonaro, com formação militar, já estava convencido por Paulo Guedes e pela realidade que a privatização talvez fosse o único caminho possível para a Petrobras. E o grande risco de manter as estatais é quando a esquerda volta ao poder. O PT, quando repete "o petróleo é nosso", está falando a verdade: eles juram que o petróleo é... deles.
O mercado é um "dinossauro voraz", e a empresa deve priorizar o "social" no lugar do lucro. Por isso a lucratividade sempre desaba durante governos esquerdistas, enquanto os escândalos de corrupção aumentam exponencialmente. Lula estava com saudades do petrolão, e por isso mudou o comando da Petrobras para colocar alguém com uma visão mais... "social".
Magda Chambriard, nova CEO da empresa, coloca-se como defensora do papel social da Petrobras. Em entrevista à TV Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), concedida em 2021, ela referiu-se à petroleira como uma "via de mão dupla". "A sociedade não espera uma retribuição ipsis literis de tudo o que ela [Petrobras] fez, mas quer ter retorno, sim, do desenvolvimento proporcionado por essa indústria", explicou.
A meta estabelecida por Lula inclui acelerar projetos da Abreu e Lima, ou seja, fazer caixa para o projeto totalitário de poder do PT. A megalomania do "ogro filantrópico" está de volta, com seus projetos grandiosos como a Comperj. A Petrobras vai investir no refino nacional, talvez em parceria com Maduro, como fez com Chávez antes. O Brasil está de volta! Os tucanos de mercado que fizeram o L, como Arminio Fraga e João Amoedo, estão preocupados...
Octavio Paz, o Prêmio Nobel de Literatura e autor de O Ogro Filantrópico, fez no passado um alerta importante sobre o risco da megalomania estatal. O México viveu o drama da “maldição do ouro negro”, e o resultado foi lamentável. O Partido Revolucionário Institucional (PRI), membro da Internacional Socialista, teve o poder hegemônico sobre o país entre 1929 até 2000. A existência de vastas reservas de petróleo contribuiu bastante para essa hegemonia.
A estatal Pemex controlou o setor por décadas, servindo como um braço do partido na economia. Por esta razão, as palavras de Paz são mais atuais que nunca. Basta trocar México por Brasil, e o recado está bem claro:
Por um lado, o Estado mexicano é um caso, uma variedade de um fenômeno universal e ameaçador: o câncer do estatismo; por outro, será o administrador da nossa iminente e inesperada riqueza petrolífera: estará preparado para isso? Seus antecedentes são negativos: o Estado mexicano padece, como enfermidades crônicas, da rapacidade e da venalidade dos funcionários. […] O mais perigoso, porém, não é a corrupção, e sim as tentações faraônicas da alta burocracia, contagiada pela mania planificadora do nosso século. […] Como poderemos nós, os mexicanos, supervisionar e vigiar um Estado cada vez mais forte e rico? Como evitaremos a proliferação dos projetos gigantescos e ruinosos, filhos da megalomania de tecnocratas bêbados de cifras e de estatísticas?
Pois é. Sempre atual. Pois o estatismo tupiniquim tem um passado glorioso e um futuro promissor em nosso continente. Os petistas querem brincar de xeique árabe novamente, e o "mercado" segue atrapalhando. Era hora de dar uma banana para esse dinossauro voraz e priorizar, uma vez mais, o lado "social" da Petrobras. O petróleo é deles!
-
Decisão do STF de descriminalizar maconha gera confusão sobre abordagem policial
-
Enquete: na ausência de Lula, quem deveria representar o Brasil na abertura da Olimpíada?
-
“Não são bem-vindos a Paris”: delegação de Israel é hostilizada antes da abertura da Olimpíada
-
Black Lives Matter critica democratas por “unção” de Kamala Harris sem primárias
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião