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Política – da indignação para ação
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Por Alberto Vieira, publicado pelo Instituto Liberal

Há um dito popular que diz que religião, política e futebol não se discutem. Por muito tempo assim também afirmei, até que veio maior entendimento pela maturidade. Compreendi a importância da maior espiritualidade ao invés da religião; que o futebol vai muito além dos gramados; e que política é muito além do que eleições e partidos políticos. E, por isso, merecem crédito de discussão.

No livro Justiça, de Michael Sandel, o autor apresenta alguns insights sobre o conceito aristotélico de política vinculado à ideia de felicidade do indivíduo, de que todo homem é um animal político e o papel fundamental da política é formar bons cidadãos e cultivar bom caráter. E, portanto, é fundamental que saibamos discutir e entender nosso papel político enquanto cidadão.

Ao aprofundar um pouco sobre as relações políticas atuais em nosso país, não é difícil chegar a um estado de plena indignação. São evidentes o alto custo de manutenção da máquina pública, alta carga tributária com baixa eficiência em serviços, legislação trabalhista burocrática, incentivos contra o empreendedorismo, baixa liberdade econômica, insegurança jurídica, risco de execução dos contratos, corrupção e uma infinidade de situações que presenciamos enquanto cidadãos.

O fato de muitos não quererem saber e discutir sobre política não impede que as consequências das decisões políticas impactem suas vidas. Como diria a filósofa Ayn Rand, “você pode ignorar a realidade, mas não pode ignorar as consequências de ignorar a realidade”. Pagamos um preço alto por essa postura e a única forma de mudarmos essa realidade é sairmos da indignação para a ação. Ter essa percepção do papel do indivíduo político, atuar na família, realizar trabalhos em comunidade para qualificar o debate, fomentar o surgimento de pessoas preparadas para assumir locais de tomada de decisões, envolver-se na área pública, qualificar gestores, aproximar e acompanhar o legislativo e o executivo e ocupar posições de liderança que gerem influência, fomentando incentivos corretos.

Ficar distante do debate político tem um preço e a omissão atrasa. Por isso, sim, política é para se discutir. Ah, e quanto ao futebol e a religião, sou cristão presbiteriano, torcedor do Atlético Mineiro e disposto a discutir as razões dos meus fundamentos e princípios. Você pode não concordar, mas defendei sempre sua liberdade de discordar.

*Artigo publicado originalmente por Alberto Souza Vieira no site do Instituto Líderes do Amanhã. 

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