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Por Dennis Prager

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Comecemos com este fato: a esquerda sempre suprime a fala. Desde Vladimir Lenin e a Revolução Bolchevique na Rússia em 1917, não houve nenhum exemplo de esquerda no controle que não esmagou a dissidência.

Essa é uma das diferenças importantes entre liberal e esquerda: o liberalismo e os liberais acreditam na liberdade de expressão. (A atual ameaça esquerdista à liberdade na América, a maior ameaça à liberdade na história americana, é possível porque os liberais pensam que têm mais o que temer dos conservadores do que da esquerda. Os liberais não entendem que a esquerda considera os liberais seus idiotas úteis.)

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A esquerda controla as universidades. Há pouca ou nenhuma dissidência permitida nas universidades. A esquerda controla quase todos os meios de "notícias". Há pouca ou nenhuma divergência na grande mídia - nem nas seções de “notícias” e nem nas seções de opinião. A esquerda controla Hollywood. Nenhuma dissidência é permitida em Hollywood.

É por isso que temos a “cultura do cancelamento" - o silenciamento e a demissão de qualquer pessoa que discordar publicamente da esquerda, e mesmo “publicamente”, não é mais necessário. A National Association of Realtors acaba de anunciar que, se você expressar opiniões divergentes (sobre raça, especialmente) em particular, poderá ser multado e perder sua participação na organização - o que efetivamente encerra sua carreira como corretor de imóveis.

Portanto, voltamos à questão inicial: por que a esquerda precisa esmagar toda dissidência? Esta é uma questão que se torna ainda mais contundente porque não há paralelo à direita: os conservadores não acabam com a dissidência ou o debate.

A resposta, embora a esquerda não o reconheça, é que ela teme a dissidência. E eles fazem isso por um bom motivo. O esquerdismo é essencialmente um balão gigante cheio de nada além de ar quente. Portanto, não importa o tamanho do balão - o Partido Democrata, o New York Times, a Universidade de Yale - tudo o que é preciso é um mero alfinete para estourá-lo. O esquerdismo é venerado por intelectuais. Mas há pouca substância intelectual no esquerdismo. É uma combinação de doutrina e emoção. A prova? Aqueles com profundidade intelectual não sufocam a dissidência; eles a acolhem.

É por isso que as universidades se opõem tanto aos conservadores que venham falar no campus. Um conservador articulado pode desfazer anos de doutrinação esquerdista em uma palestra de uma hora ou nas perguntas e respostas. Sei disso por experiência pessoal em campi. Você também pode. Assista aos discursos proferidos por qualquer conservador com permissão para falar em um campus - muitas dessas palestras ainda estão no YouTube - e você verá grandes corredores cheios de estudantes ansiando por ouvir algo diferente do pablum de esquerda. Olhe para o rosto deles, com muita atenção às ideias que nunca ouviram e que estão claramente tendo um impacto. As universidades têm toda a razão em temer que venhamos falar. Chegamos com o alfinete que estourou seu balão de US$ 50.000 por ano.

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É também por isso que é tão difícil fazer qualquer um deles debater com qualquer um de nós. Em 35 anos de rádio, nunca maltratei ou intimidei um convidado. Fui extremamente educado com um ícone da esquerda, Howard Zinn, o autor que odeia a América do “A People’s History of the United States”. Até convidei um professor de ciências políticas e violinista da UCLA, um dos sete membros da Orquestra Sinfônica de Santa Monica que se recusou a tocar quando regi a orquestra em uma sinfonia de Joseph Haydn no Disney Concert Hall - apenas porque sou conservador.

Apesar de sua carta pública, na qual ele me acusou de ter “posições horrivelmente preconceituosas” e escreveu: “Por favor, peça a seus amigos que não compareçam a este show, o que ajuda a normalizar o preconceito em nossa comunidade”, eu o convidei no meu programa de rádio nacional. Ele concordou. Eu o mantive em estúdio por uma hora inteira e tratei ele e sua esposa (que o acompanhava) com grande respeito, apesar de meu desprezo por suas falsas acusações e sua defesa da cultura do cancelamento. Todo americano deveria ouvir essa hora.

Infelizmente para a saúde emocional e intelectual de nossa sociedade, ele, Zinn e alguns outros eram anomalias. Dos cerca de 100 autores, professores e colunistas de esquerda convidados a participar de meu programa, quase nenhum respondeu afirmativamente. Eles preferem a NPR (National Public Radio), onde nunca são desafiados.

O oposto, entretanto, não é verdade: todo intelectual conservador que conheço diz sim a cada um dos (muito poucos) convites de esquerda que recebemos. Claro, quase nunca somos convidados. Convidamos regularmente esquerdistas. Os esquerdistas quase nunca nos convidam. Eles afirmam que é porque não estamos à altura de seu nível intelectual e eles não desejam perder seu tempo. Alguém poderia pensar que a oportunidade de mostrar publicamente o quão enfadonhos nós conservadores realmente somos seria boa demais para deixar passar.

Os esquerdistas não debatem conosco ou aparecem como convidados em nossos programas e nos impedem de falar sempre que possível, porque temem (corretamente) os conservadores. Gente como Ibram X. Kendi ou Ta-Nehisi Coates ou a autora de “Fragilidade Branca” Robin DiAngelo nunca debateriam com Larry Elder, por exemplo. Por que não? Porque se mostraria que eles são os provedores de ódio intelectualmente superficiais que são. No fundo, eles sabem disso. Larry Elder é um dos muitos intelectuais negros conservadores que negros de esquerda (e brancos) se recusam a debater.

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Agora você sabe por que a esquerda suprime a liberdade de expressão: porque é obrigada. Se houver liberdade de expressão, haverá dissidência. E se houver dissidência, não haverá mais esquerda.

Artigo originalmente publicado no Townhall, em tradução livre