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O PT finalmente apresentou seu "plano de governo". Ou melhor: uma ameaça. Trata-se da velha cartilha da esquerda radical, irresponsável, socialista, anacrônica. Eis, em resumo, o "norte" ideológico do troço, que aponta para o abismo, ou para a Argentina, se preferir:

1) Fim do Teto de Gastos. 2) Revogação da Reforma Trabalhista. 3) Legalização do Aborto. 4) Expansão de cotas. 5) Mais impostos para "ricos". 6) Controle de preços e da moeda. 7) Estado como "indutor e coordenador da economia". 8) Fim das privatizações e criação de estatais. 9) Bancos públicos como principais agentes de crédito. 10) Redução de emissões e transição energética. 11) Política externa "sul-sul", globalismo. 12) Combate à corrupção. 13) Regulação mídia e combate às "fake news" e ao "ódio".

Sim, o PT tem um projeto para o "combate a corrupção", e ainda estamos aguardando o PCC apresentar seu projeto para combater o tráfico de drogas. Essa lista mostra que o PT continua o mesmo, que não aprendeu absolutamente nada, e que não esconde o jogo. O partido fala abertamente em regular (controlar) a imprensa, mas os nossos jornalistas não se importam, desde que haja um esquerdista no poder e os cofres dos seus veículos de comunicação sejam irrigados com recursos públicos.

O deputado Paulo Eduardo Martins resumiu: "O PT não divulgou um plano de governo, divulgou uma ameaça". Sobre a reação catatônica da velha imprensa, o deputado comentou: "Acabei de ouvir uma analista de um grande veículo dizer que a proposta do PT de regular a mídia é só um 'H' pra jogar pra torcida da esquerda. É como o refém que diz que o sequestro era um 'H' do sequestrador pra jogar pra torcida da criminalidade".

Que militantes disfarçados de jornalistas não se importem com as ameaças escancaradas a gente já espera, pois essa turma quer mesmo o modelo chinês no Brasil. Mas o que dizer dos "liberais limpinhos", do pessoal da Faria Lima, da elite que vem passando pano para a ameaça de volta do PT só porque tem nojinho do estilo de Bolsonaro? Essa gente está brincando com fogo. Quer acreditar que Lula está só enganando sua base de aliados, enquanto o ex-presidente já deu todos os sinais de que fala sério e pretende levar o Brasil na direção da Venezuela.

É inconcebível um suposto liberal ficar em cima do muro entre Lula e Bolsonaro. Basta avaliar ambos os governos, analisar os ministérios, observar os planos de governo. Lula, que agora justifica seu isolamento por conta do Covid, mas já não saía nas ruas do Brasil mesmo, tem deixado bem claro que quer voltar para asfixiar ainda mais as liberdades. Quem se faz de sonso é cúmplice de um projeto tosco de poder. Quem finge que o PT não quer controlar tudo é comparsa de uma ameaça de "venezuelização" do Brasil.

O editorial da Gazeta do Povo comentou hoje: "Os grandes problemas atuais da economia nacional – inflação, desemprego, juros altos, real desvalorizado, saúde fiscal deteriorada – não serão resolvidos com aquilo que Lula vem prometendo; pelo contrário, eles serão agravados". O jornal desenvolve o raciocínio:

Há quem diga que a retórica do atraso se destina apenas a “eletrizar a militância”, e que o programa de governo será diferente, como aconteceu com o “Lulinha paz e amor” de 2002 – afinal, todos os formadores de opinião que se esforçam diariamente em descrever Lula como um “moderado” teriam dificuldades em sustentar seu discurso diante de cada fala que anuncia a perspectiva de uma guinada tão radical à esquerda. Mas Lula não tem necessidade de pregar para convertidos. O mais provável é que o ex-presidente e seu partido estejam expondo suas reais convicções num raro rasgo de sinceridade, contando talvez que outra parte do eleitorado apenas associe a figura de Lula a um tempo de bons indicadores econômicos, sem refletir muito sobre como esses indicadores foram conquistados, sobre como Lula recebeu uma “herança bendita” de FHC e aproveitou um bom momento internacional, e sobre como o desastre veio assim que o PT implantou sua própria política econômica. Mas disso tudo os empresários e representantes do mercado financeiro – ao menos aqueles que não foram “amigos do rei” no passado, ou não tenham se deixado cegar pela ideologia – lembram muito bem, e isso pode explicar a relutância de Lula em se encontrar com eles.

Não há como negar: o PT está mesmo disposto a radicalizar. Quem, ainda assim, mostrar-se indiferente entre esse projeto nefasto de poder e a agenda reformista liberal do atual governo, parece dizer que não se importa se o Brasil virar mesmo a próxima Venezuela. E note que mesmo para cúmplices da pilhagem o resultado nem sempre é desejável, se o país inteiro afundar de vez...

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