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É impressionante como ainda tem gente na direita que justifica as atrocidades de Putin ou tenta manter uma postura de “neutralidade” nessa guerra, alegando que há mentiras dos dois lados, que os globalistas ocidentais não são santos, ou que se a esquerda democrata está contra desse jeito, então é bom manter as suspeitas.

Sim, há mentiras espalhadas por ucranianos na guerra de narrativas. Sim, os globalistas do Ocidente são adversários dos conservadores e, portanto, de quem deseja preservar o legado da civilização ocidental. Sim, se Nancy Pelosi e Whoopi Goldberg atacam tanto assim Putin, posso pensar duas vezes se não estou sendo massa de manobra.

Mas nada disso justifica uma imparcialidade nesse conflito. Na verdade, a forma de enxergar deveria ser outra: Putin é tão mau, tão nefasto, que até os democratas precisam condená-lo com veemência. Ninguém precisa achar que o comediante Zelensky é um Churchill reencarnado para reconhecer sua bravura e seu heroísmo, assim como o fato de que ele tem lutado pelos valores ocidentais. Tanto que em seu discurso ao Congresso americano mencionou Martin Luther King, e conclamou Biden a ser o líder do mundo livre.

A Ucrânia precisa de mais ajuda militar. Talvez uma zona livre de voo, como pediu Zelensky, seja demais da conta, pois seria praticamente o mesmo que declarar a Terceira Guerra Mundial contra a Rússia. Mas se os Estados Unidos já estão enviando armas de defesa, não seria absurdo mandar também os caças de ataque tão demandados pela resistência ucraniana. É esse o ponto de vista de muitos americanos, democratas ou republicanos. É a opinião do editorial do WSJ também.

Existe o risco de a guerra escalar com mais ajuda americana? Sem dúvida. Mas qual a alternativa? Fingir que Putin não é o agressor imperialista cruel que já provou ser? Como diz o WSJ: “As consequências serão muito mais terríveis para os EUA se Putin conquistar a Ucrânia. Suas tropas ficarão na fronteira da OTAN e ele terá mostrado ao mundo que pode invadir nações como quiser, apesar da oposição global. Suas ambições não param por aí”.

Putin não pensou duas vezes antes de usar arma química na Síria. A ação do Exército russo na Chechênia e na Crimeia deixou um rastro de sangue civil. Agora, na Ucrânia, o autocrata já deixou claro que vai mirar em hospitais e maternidade para pressionar uma rendição ucraniana. Trata-se de uma tragédia humanitária. Se Putin obtiver o que deseja com essa guerra, o Ocidente estará em grande perigo. Não há resposta fácil, mas é preciso agir com mais rigor contra o tirano soviético. Os inimigos da liberdade estão atentos. China, Irã, a própria Rússia, vão todos ficar mais ousados caso Putin saia relativamente impune de seus crimes de guerra.

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