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Leio a seguinte manchete em destaque na Folha de SP: "Fim de ano e variante ômicron pintam quadro sinistro na África, diz diretora regional da OMS". No decorrer da reportagem, o suspeito de sempre aparece como vilão: falta de vacina. Isso já fica claro logo no subtítulo: "Número de casos de Covid-19 no continente quase dobrou em uma semana, e apenas 7,8% da população está vacinada".

Deixa, então, eu perguntar mais uma vez, pois parece que meus pares na imprensa não possuem essa mesma curiosidade: por que estão tão obcecados com o número de casos, ignorando o número de óbitos? Será que o motivo é que, observando mortes per capita, a África do Sul não parece ter muito com o que se preocupar, uma vez que a taxa do país está bem abaixo de países europeus ou dos Estados Unidos?

Flavio Quintela escreveu em sua coluna da Gazeta sobre essa "histeria omicrônica", lembrando que era esperado por muita gente que novas variantes se tornassem mesmo mais transmissíveis, mas menos agressivas, e que parece ser justamente esse o caso. Quintela ainda denunciou as pretensões socialistas de Biden, que têm sido barradas na Justiça, e contrastou essa postura autoritária de controle social com aquela liberal de Ron DeSantis, governador da Flórida. Eis um trecho:

Diversos governos, no mundo todo, têm anunciado medidas de obrigatoriedade de vacinação, extensão da obrigatoriedade de máscaras faciais e outras decisões despóticas embasadas em absolutamente nenhuma evidência científica. [...] O tempo mostrará as colheitas de lugares como Austrália, Alemanha e França, onde a liberdade vem sendo tolhida em nome da insanidade pseudocientífica. O tempo mostrará a inutilidade das restrições draconianas e o mal causado por elas, inclusive no tocante às crianças e ao seu desenvolvimento intelectual. Onde a democracia ainda respirar, as eleições traduzirão o descontentamento do povo. Já onde ela estiver em coma, dias negros virão. Mais uma vez, caberá aos Estados Unidos – ou, melhor dizendo, a uma certa parte deles – fazer brilhar a luz da liberdade sobre um mundo cada vez mais propenso ao autoritarismo.

Espera-se que os Estados Unidos, mesmo com Biden na Casa Branca, possam ainda representar o farol da liberdade no Ocidente, que anda demonstrando muito pouco apreço por ela. Enquanto governantes exploram o medo com a pandemia para expandir os tentáculos do controle social, algumas empresas faturam rios de dinheiro com o pânico. Uma quarta dose da vacina Pfizer pode ser necessária um ano após a aplicação da terceira para neutralizar a variante Ômicron, disse o CEO da farmacêutica Pfizer, Albert Bourla, ao canal televisivo americano CNBC. Porém, destacou que dados do "mundo real" são necessários para se ter certeza. Ufa! Ainda bem que não se trata de parte interessada, com conflito de interesses...

Diante da escalada de irracionalidade, a maioria dos jornalistas parou de questionar, agindo como uma espécie de lobista de vacinas ou capacho de tiranetes. O especialista Francisco Cardoso apontou para um exemplo escancarado na mídia internacional, com uma guinada na manchete, saindo de dúvidas sobre a proteção da vacina da Pfizer contra a Ômicron para a afirmação certeira de que ela neutraliza a variante com três doses, isso numa diferença entre as matérias de apenas 30 minutos!

Já jornalistas e formadores de opinião que se dizem liberais ou mesmo conservadores, mas não passam de tucanos enrustidos, aplaudem o autoritarismo em nome da "ciência", sem qualquer pudor ou preocupação com as liberdades mais básicas:

Parecem "liberais" à chinesa, só se for! Talvez governos europeus devessem tentar persuadir, mas no Brasil está autorizado enfiar a agulha no braço do cidadão na marra! É que brasileiro não merece ser livre para escolher. Ou talvez porque Bolsonaro tem defendido a liberdade de escolha, e antes de qualquer coisa é preciso ser contra o presidente, né?!

Em meio a tanto absurdo, Guilherme Fiuza tem se destacado como a voz mais firme contra tais abusos:

Foram décadas de livros, canções e discursos estoicos contra o autoritarismo. Mas quando a coisa realmente fedeu, com a segregação desumana dos que não se submetam a um experimento fantasiado de panaceia, os declamadores da liberdade perderam a voz no colinho quente do lobby. Os nazistoides estão excitadíssimos com a coleira sanitária. Eles entraram em êxtase ouvindo ídolos como Eduardo Paes dizerem que vão “dificultar a vida” dos não vacinados. É emocionante mesmo. O “passaporte” não bloqueia o vírus, mas bloqueia gente - o que é muito mais gostoso.

É hora de subir o tom. Governantes com inclinação autoritária, como João Doria, querem usar a pandemia como pretexto para controlar cada detalhe de nossas vidas. Ou o povo reage com rigor, ou seremos todos escravos. Queremos liberdade!

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