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Descontraído, Bolsonaro concede boa entrevista a Leda Nagle
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Bem à vontade, o presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista longa a Leda Nagle, passando por vários tópicos diferentes. Bolsonaro disse não pensar na reeleição, caso contrário não poderia dizer tanto “não” como vem fazendo. Defendeu as privatizações, lembrando do escândalo do mensalão que estourou com os Correios.

Reforçou a ideia de que as reservas indígenas devem ser exploradas economicamente para o bem dos próprios índios. Sustentou a importância do livre comércio. Atacou a imprensa, que sem dúvida tem implicância com o presidente, lembrando quem é o responsável pela escolha dos ministros que são elogiados pelos jornalistas.

Alfinetou Paulo Freire e Cuba, defendeu o programa Médicos pelo Brasil, rejeitou a ideia de usar recursos públicos para fazer filmes que atentam contra os valores familiares. Rechaçou a mentalidade de que bandido é vítima da sociedade.

Bolsonaro foi Bolsonaro na entrevista, repetiu as suas principais bandeiras de campanha, negou que tenha perfil autoritário, questionando o que seria a tal governabilidade que a imprensa cobra dele, lembrando que a postura “pragmática” dos seus antecessores levou a um caminho perigoso e criminoso.

As velhas práticas políticas em indicações para ministérios e estatais foram condenadas, e Bolsonaro pediu a Leda que comparasse ministério por ministério do seu governo com os anteriores. Para o presidente, “há algo diferente no ar”, as coisas estão mudando para melhor.

Em resumo, foi uma boa entrevista, mas os pontos mais polêmicos ou incômodos ficaram de fora. Há, de fato, muitas mudanças positivas, mas também existem indícios de práticas semelhantes às condenadas em outros governos, a começar pelo nepotismo, escancarado na escolha do filho para a embaixada americana. E quem quiser acreditar que Bolsonaro não pensa em reeleição mesmo é livre para isso, mas é preciso boa dose de ingenuidade…

Rodrigo Constantino

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