Coletiva de imprensa na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo| Foto: Marcelo Aparecido Silva Camargo camargo.83@gmail.com
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Nesta segunda-feira (27), após a tragédia que deixou uma professora morta e quatro feridos em ataque à faca em uma escola na zona sul da capital paulista, o secretário de Educação do Estado de São Paulo, Renato Feder, juntamente com o secretário de Segurança Pública, capitão Guilherme Derrite, e Mário Augusto Almeida, gestor do programa de melhoria da convivência e proteção escolar Conviva São Paulo, anunciaram ampliações de políticas públicas para evitarem casos como este.

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Em entrevista coletiva, Renato Feder anunciou a ampliação do programa Conviva, de melhoria da convivência e proteção escolar, de 500 para 5 mil profissionais. Criado em 2019, ele atualmente possui 300 profissionais que vão nas unidades escolares fazer atendimentos ligados a brigas, agressões verbais, discriminação e depressão no ambiente escolar. Além deles, há 500 escolas com um profissional treinado e dedicado ao programa. "Vamos ampliar isso para alcançar todas as escolas. É uma medida muito importante, não é do dia para noite, porque precisamos treinar e selecionar essas pessoas", disse ele.

O gestor do Conviva, Mário Almeida, afirmou ainda que o sistema que registra as ocorrências escolares passará por melhorias. "O Conviva tem o sistema chamado Plataforma Conviva, no qual todos os diretores e vice-diretores entram e registram todos os tipos de ocorrências, temos o registro de tudo o que acontece nas unidades escolares. Eu fico feliz que essa plataforma vai passar por essa melhoria, e vai nos mostrar os dados mais fidedignos que são mostrados pelas unidades", disse ele.

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Outra medida anunciada foi a contratação de 150 mil horas de atendimento de psicólogos e psicopedagogos para as escolas. "O processo está na cotação de preços e mais algumas semanas vamos fazer uma licitação, já estava no planejamento isso", disse o secretário Feder, que lembrou que o atendimento virtual psicológico era feito na época da pandemia, porém perdeu o sentido por ser "muito mais efetivo o atendimento presencial".

Já o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, citou os programas Ronda Escolar, na qual 207 viaturas e 576 policiais realizam o patrulhamento de ronda escolar, de maneira que cada viatura fica responsável por 20 escolas. Derrite mencionou ainda o programa Vizinhança Solidária Escolar, afirmando que "claro que vai passar por um processo de ampliação", mas não deu detalhes sobre o aperfeiçoamento. Derrite agradeceu as duas professoras que imobilizaram o autor do ataque à faca e afirmou que "podemos ampliar os programas que já existem. Podemos fazer com o policial esteja cada vez mais presente, mas sabendo que 5 mil escolas é um desafio gigantesco ter uma patrulha em cada escola."

Durante a coletiva, Derrite lembrou ainda a ação realizada neste mês que detectou troca de mensagens em redes sociais com menções à prática de atos graves de violência e conseguiu evitar ataques em escolas no interior de São Paulo, nos municípios de São José dos Campos, Caçapava e Tupã. Na ocasião, a 1ª Delegacia sobre Fraudes contra Instituições Financeiras praticadas por Meios Eletrônicos recebeu um alerta da agência norte americana de inteligência Homeland Security Investigations (HSI). Os casos desencadearam sete mandados de busca e apreensão nos municípios citados, nos quais foram apreendidos facas, máscaras e bandanas. Os adolescentes confirmaram que iriam cometer os ataques por motivos de retaliação a bullying sofrido nas escolas. "A gente lamenta muito situações como essa. Em outras ocasiões, nós conseguimos evitar", disse o secretário.

Detalhes da tragédia

Durante a coletiva, os secretários deram mais detalhes do ataque à faca ocorrido na manhã desta segunda-feira (27). Feder afirmou que na sexta-feira passada ocorreu um conflito entre o agressor e um aluno e que a diretora da escola havia programado uma conversa com o agressor nesta manhã. O aluno havia sido transferido de outra escola na qual já havia passado por problemas relacionados à violência.

Já Derrite afirmou que foi possível acessar a conta privada do agressor em uma rede social e, em uma postagem, verificar que outros colegas tinham ciência do ataque. "Todo mundo que clicou, curtiu ou fez um comentário em cima da postagem dele vai ser objeto de apuração", disse ele, afirmando que o conhecimento e o envolvimento de outros alunos e dos pais serão objetos de investigação da Polícia Civil.

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