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Bancada da segurança pública na Assembleia Legislativa de SP pretende articular retirada das câmeras nas fardas dos policiais.
Decisão do presidente do TJ derrubou liminar que obrigava uso de câmeras nas fardas| Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Horas depois de a Justiça de São Paulo determinar que todos os policiais militares que participaram da Operação Escudo na Baixada Santista de julho a setembro deste ano utilizassem câmeras acopladas às fardas, uma decisão do presidente do Tribunal de Justiça do estado, Ricardo Anafe, suspendeu a liminar. O recurso havia sido impetrado pelo governo do estado de São Paulo.

A liminar havia sido concedida na sexta-feira (22) pelo juiz da 11ª Vara da Fazenda Pública do estado, Renato Augusto Pereira Maia a pedido da Defensoria Pública do Estado, da ONG Conectas Direitos Humanos e reforçado pelo Ministério Público.

Para o presidente do TJ, essa decisão poderia impedir que policiais sem câmeras participassem de operações policiais o que poderia provocar problemas relacionados à ordem, à economia e à própria segurança pública.

Atualmente, a quantidade de câmeras existentes para utilização nas fardas, pouco mais de 10 mil segundo a Secretaria de Segurança Pública, atende 52% do efetivo.

A decisão liminar pedia ainda ao Estado e à Secretaria de Secretaria de Segurança Pública (SSP) que fossem criados mecanismos para fiscalizar que todos os aparelhos estivessem ligados e em funcionamento, que policiais que estivessem sem câmeras corporais ou com aparelhos desligados não participassem de operações sob pena de responsabilidade administrativa, civil e criminal. O juiz determinava ainda que o Estado informasse ao Ministério Público sobre quem não cumprisse a determinação.

A decisão, agora derrubada, pedia ainda que operações no entorno de creches, escolas e unidades educacionais só fossem realizadas em condições excepcionais e com justificativa prévia, considerando e respeitando os horários de entrada e saída da comunidade escolar nestes estabelecimentos e que estas estruturas ou entorno não poderiam operar como bases operacionais.

Sobre a Operação Escudo

A Operação Escudo foi deflagrada um dia após ao assassinato do policial militar Patrick Bastos na cidade do Guarujá, em 28 de julho deste ano. Durante o período de realização da operação foram registradas ao menos 28 mortes.

O governo de São Paulo afirmou, na época, que foram em decorrência de confrontos e todas estão sob investigação. A Operação Escudo teve como objetivo, segundo o governo paulista, o enfrentamento ao tráfico de drogas e combate ao crime organizado na Baixada Santista. A região tem forte ação e domínio de facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que se utiliza de forma criminosa do Porto de Santos para o tráfico internacional de drogas.

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