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Tarcísio de Freitas bate o martelo na Bolsa de Valores, em SP, para fechar acordo da concessão do trecho norte do Rodoanel.
Tarcísio de Freitas bate o martelo na Bolsa de Valores, em SP, para fechar acordo da concessão do trecho norte do Rodoanel.| Foto: Rogério Cassimiro/Governo de São Paulo

Nesta quarta-feira (9), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou a retomada das obras do Rodoanel Trecho Norte, com previsão de entrega para o segundo semestre de 2026. O investimento será de R$ 3,4 bilhões. O contrato de concessão foi firmado com a Via Appia Fip Infraestrutura, que venceu o leilão na Bolsa de Valores (B3), em março deste ano.

A obra, que tinha perspectiva inicial de ser entregue em 2014, está parada desde 2018, por conta de sucessivos atrasos e suspensões de contrato pela Justiça. Esse trecho do Rodoanel tem aproximadamente 44 quilômetros de extensão e liga os municípios de Arujá e Guarulhos com a Grande São Paulo. A concessão terá validade de 31 anos. Assim que concluída a fase do trecho norte, a estrada passará a contar com 175 quilômetros de extensão.

A Via Appia Fip Infraestrutura, consórcio vencedor do leilão, será responsável por investir R$ 2 bilhões para a conclusão da obra, além de mais R$ 324 milhões para a implantação de projetos auxiliares no entorno da rodovia.

Trecho Norte do Rodoanel terá quatro pontos de pedágio  

Sobre os pedágios, a ideia do projeto é ser moderno: serão quatro pontos de cobrança, mas sem as tradicionais cabines. Os motoristas vão pagar por aplicativos e a cobrança será no sistema “free flow” (fluxo livre), ou seja, paga apenas por quilômetro rodado.

O sistema é composto por diversas câmeras que captam as placas dos veículos e realizam o cálculo do trajeto percorrido. O modelo é bastante utilizado em algumas cidades nos Estados Unidos.

Obra do Rodoanel tem histórico de atrasos

O Rodoanel é um anel viário que liga todas as principais rodovias que chegam à capital paulista. É considerado o maior da América do Sul e tem o objetivo de desafogar o trânsito das marginais Tietê e Pinheiros, na Capital. A rodovia começou a ser construída em 1998, no governo Mario Covas, e ainda foi concluída.

O ex-governador João Doria (PSDB), foi um dos políticos que prometeu o término da obra. Em 2020, ele anunciou a retomada do trecho norte com previsão de entrega para 2023, o que não aconteceu. Depois, o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) assumiu o cargo e as obras não avançaram.

Outra importante ligação do trecho norte do Rodoanel é a Rodovia Presidente Dutra, uma rota bastante utilizada pelos paulistas para ir até o Rio de Janeiro. O trecho norte já custou aos cofres do Governo do Estado de SP mais de R$ 6,3 bilhões, valor 50% acima do previsto inicialmente, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O polêmico trecho norte do Rodoanel foi alvo de uma grande investigação liderada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU), que apontaram fraude e superfaturamento nos contratos. Essas investigações ocorreram durante o governo do atual vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).

Doria chegou a contratar um estudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em fevereiro de 2020, para avaliar a situação de trechos do Rodoanel. O laudo final apontou 1,3 mil falhas no projeto, incluindo a estrutura. De acordo com o estudo, 59 pontos foram considerados falhas construtivas, como: erosão, colunas desalinhadas e infiltrações em parte das estruturas.

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