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Polícia Civil de São Paulo terá armas de choque a partir de novembro
Polícia Civil de São Paulo terá armas de choque a partir de novembro, anunciou o governo estadual.| Foto: Divulgação/Polícia Civil de São Paulo

A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo anunciou a aquisição de 134 armas de eletrochoque para a Polícia Civil. O contrato para fornecimento das armas de incapacitação foi assinado com a empresa Axon Enterprise no início deste mês. A previsão é que a entrega aconteça em novembro, para uso imediato de agentes e investigadores da corporação.

O investimento total é de R$ 962 mil, com custo de aproximadamente R$ 7 mil para cada armamento. Considerada de baixa letalidade, a arma já vem sendo utilizada pela Polícia Militar e pela Guarda Civil Metropolitana de São Paulo.

O armamento é um dispositivo portátil similar a um revólver convencional, mas que dispara dois dardos conectados a fios condutores quando o gatilho é acionado. O impacto provoca uma descarga elétrica que afeta o sistema nervoso da pessoa atingida, deixando-a temporariamente incapacitada.

Especialistas em segurança pública ressaltam que, apesar de o armamento ser de baixo potencial de letalidade, é necessário um rigoroso protocolo de segurança e treinamentos específicos para os policiais que utilizarão a nova ferramenta.

Somente na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), o governo adquiriu mais de 1,8 mil armas para a Polícia Civil, com um investimento superior a R$ 23 milhões.

O coronel Diógenes Lucca, ex-comandante do Grupo de Ações Táticas da Polícia Militar de São Paulo (Gate), elogiou a aquisição do novo armamento. “É uma alternativa de neutralização muito útil. Em situações críticas, tem que ter opção antes do armamento letal. Balas de borracha, gás lacrimogêneo e armamento de choque são alternativas táticas menos letais”.

De acordo com ele, o equipamento pode ser utilizado em casos de cumprimento de mandato de busca e apreensão, quando o indivíduo se recusa a colaborar ou, até mesmo, em casos de grandes aglomerações, como na região da cracolândia”.

Piora na situação e censo da cracolândia

Após recentes tumultos no centro da capital paulista causados por usuários de drogas, que chegaram a apedrejar ônibus e assaltar comércios locais, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) voltou a defender a internação compulsória de dependentes químicos como parte da solução para a cracolândia.

“A gente precisa fazer uma ação de discutir esse tema sem paixões ideológicas, com uma visão de humanidade para salvar a vida daquelas pessoas. De poder dar apoio aos médicos para receitarem a internação compulsória e o juizado aceitar”, afirmou o prefeito.

Nunes já defendeu algumas vezes a internação compulsória, especialmente quando os policiais perdem o controle do fluxo de usuários. Mas para isso é necessário ter um laudo médico atestando que o dependente químico não tem mais condições humanitárias básicas, além de autorização judicial.

De acordo com dados do governo estadual, a população da cracolândia gira em torno de 1,1 mil pessoas, sendo 65% egressos do sistema prisional. Nesta semana, o governador de São Paulo anunciou que a administração está fazendo um censo na região para mapear as pessoas da cracolândia.

Segundo um levantamento realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sobre o perfil dos usuários de crack na região, 55% frequentam a cracolândia há mais de cinco anos e 39% há mais de dez anos.

“Quem está no uso do crack há tantos anos não se convence fácil a ir para o tratamento”, disse o prefeito de São Paulo, justificando a necessidade da internação compulsória.

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