No último mês, os tumultos têm aumentado no centro da capital paulista, região onde ficam os usuários de droga da cracolândia. Assaltos, ônibus depredados e arrastões em lojas têm sido mais frequentes. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) defendeu a internação compulsória de dependentes químicos como uma possível solução para a cracolândia.
“A gente precisa fazer uma ação de discutir esse tema sem paixões ideológicas, com uma visão de humanidade para salvar a vida daquelas pessoas, de poder dar apoio aos médicos para receitarem a internação compulsória e o juizado aceitar”, afirmou Nunes.
Atualmente, só é possível internar um usuário de droga compulsoriamente com um laudo médico atestando que o dependente químico não tem mais condições humanitárias básicas, além de autorização judicial.
De acordo com dados do governo de São Paulo, a população da cracolândia é de aproximadamente 1,1 mil pessoas, sendo 65% egressos do sistema prisional. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou nesta semana que a sua equipe está realizando um censo na região para mapear todas as pessoas da cracolândia.
Segundo um levantamento realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sobre o perfil dos usuários de crack da região, 55% disseram frequentar a cracolândia há mais de cinco anos e 39% há mais de dez.
“Quem está no uso do crack há tantos anos não se convence fácil a ir para o tratamento”, disse o prefeito, justificando a necessidade da internação compulsória.
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