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Desastres e catástrofes podem elevar a ocorrência de infartos e derrames. É o que pretende comprovar uma pesquisa a ser realizada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. A entidade solicitou à Prefeitura de São Paulo um levantamento completo dos infartos, Acidentes Vasculares Cerebrais e crises de hipertensão atendidos nos hospitais e postos de saúde da região do Jardim Pantanal, que ficou quase dois meses submersa por causa da enchente.

A pesquisa, que reúne 12 mil cardiologistas brasileiros, quer comprovar a tese de médicos norte-americanos de que um evento catastrófico como o terremoto do Haiti ou o furacão Katrina elevam em até três vezes o número de problemas cardíacos na população atingida.

"O gatilho dessas ocorrências é o estresse pelo medo de morrer ou pela perda dos bens materiais conseguidos durante toda uma vida de sacrifício", explica o cardiologista da SBC, Sergio Timerman. Ele coordenou pesquisa semelhante após as inundações e deslizamentos em Blumenau e organiza agora o estudo em São Paulo.

O caso Blumenau

Segundo o cardiologista, o número de mortes por infartos em Blumenau chegou a dobrar nos meses seguintes às enchentes ocorridas há pouco mais de um ano, decorrentes de uma das maiores catástrofes ambientais do país.

Os médicos suspeitam, no entanto, que possa ter havido uma subnotificação no caso catarinense, já que em Nova Or­­leans, por causa do furacão Katrina, as mortes cresceram a uma taxa de 300%.

Na semana passada, o New England Journal of Medicine divulgou estudo que recomenda a administração de tranquilizantes às vítimas de desastres naturais, principalmente aos hipertensos, fumantes e obesos, para evitar o disparo do "gatilho" que leva ao problema cardíaco.

Terremoto

Outro estudo feito após um terremoto de Los Angeles, nos Estados Unidos, demonstrou a ocorrência de 24 casos de morte súbita, 16 dos quais de pacientes que reclamaram de dor no peito na primeira hora após o terremoto.

A partir dessa constatação, cardiologistas do mundo inteiro passaram a se preocupar com os efeitos cardíacos de desastres como enchentes, furacões e terremotos.

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